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Pandemia: Comércio e serviços de Salto acumulam perdas. ACIAS diz que fez, mas comerciantes rebatem

Uma associação que deveria representar o comércio da cidade, não mostra controle específico do que é o comércio de Salto, em números e ações.

Por Editoria em 22/05/2021 às 12:06:57

Perdas. Essa é uma das palavras que definem os reflexos da pandemia da Covid-19 nos setores de comércio e serviços. No estado de São Paulo, 81,4% dos empresários afirmam ter tido ou estarem acumulando prejuízos em seus negócios, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado de São Paulo (Fecomércio SP). Entre os principais efeitos da crise sanitária, segundo os dados da entidade, está a queda na receita (56,8%). Além disso, também houve a redução no quadro de funcionários (14,8%) e o acúmulo de estoque (11,1%). Aqui em Salto, o retrato não é diferente. Quando passa pelo centro e em alguns bairros da cidade, poderá conferir um número bastante alto de lojas e pequenos comércios que não suportaram a crise provocada pelo Covid-19 e fecharam suas portas.

Por outro lado, a Associação Comercial de Salto, entidade que deveria de fato representar o comércio da cidade, não tem um controle específico desses números. Questionada pelo TERRATAVARES sobre o número de comércios que fecharam suas portas na cidade e de quantos postos de trabalho foram perdidos, ela simplesmente responde que: "quem poderia nos dar essas respostas é a Prefeitura de Salto, pois é um órgão que tem acesso a esses dados que seria o mesmo que consultaríamos para lhes responder". Consultando vários comerciantes do centro e de alguns bairros da cidade, obtivemos praticamente a mesma resposta: "a ACIAS não nos representa, é formada por um grupo fechado de amigos que olham apenas para o próprio umbigo. Os últimos presidentes sempre são do mesmo grupo, não há renovação".


Perguntamos também quais as reais ações que a ACIAS fez ou está fazendo em prol do comércio da cidade? A resposta foi "desde o início da pandemia a Acias somente acompanha de perto a situação vivenciada pelos profissionais do setor comercial, que foram os mais afetados pelas restrições ao longo de 2020 e agora em 2021. Sempre procuramos manter diálogo e a política de respeito com a Prefeitura, primando pelo equilíbrio entre as questões sanitárias e a econômica. Exercendo o papel de defender os direitos e os interesses de seus associados, na proteção das atividades por eles exercidas, desde o primeiro momento, estabeleceu um diálogo direto com o setor público para tentar amenizar as medidas na cidade de Salto, o que pode ser comprovado por diversas reuniões e mais de 14 ofícios enviados à prefeitura ".

A ACIAS fala que fez algo na resposta acima mas para os vários comerciantes do centro da cidade e também de alguns bairros, fizemos a mesma pergunta e eles rebateram: "achamos muito pouco o que foi feito pela ACIAS. Ficaram apenas na formalidade de ofícios. Nenhuma convocação e muito menos reunião foi realizada com seus associados para debater a questão com seriedade e sem rodeios. Sequer fomos ouvidos. Nenhuma campanha promocional foi feita, quando na crise é que deveria se fazer. Nenhuma assessoria. A única coisa que foi feita durante a pandemia foi a reforma de seu auditório, gastando um dinheiro que poedria ser empregado em campanhas publicitárias para o comércio. Ficamos perdidos. Isso é muito pouco para uma associação que diz representar o comércio da cidade."

Perguntado ainda se a inadimplência teria aumentado na cidade, a resposta veio com um demonstrativo do Boavista, com dados nacionais, o que demonstra claramente que não há dados dimensionais do comércio local e o que acontece com ele. Somente afirmar que a ACIAS não aceita que a cada crise sejam impostas restrições e o ônus recaia sobre os comerciantes é muito pouco, para nossa visão jornalística. Falar que o equacionamento dos problemas inerentes a cidade deve acontecer sem interferência da prefeitura, pois eles não são os "atores" principais e desconhecem a realidade local, é um tanto exagerado. Na verdade, os gestores públicos são os "atores" principais, pois é deles as diretrizes sobre o comércio. A representatividade deve ser coadjuvante e hoje ela não é. Ao disponibilizar um Shopping Virtual ACIAS Salto, que na verdade é um portal de vendas online como forma de amenizar os efeitos sobre o comercio da cidade foi muito pouco, pois não houve nenhuma divulgação sobre isso. Poucos comerciantes ou quase ninguém, em Salto, sabe da existência desse veículo de comunicação. O consumidor então, nem imagina que isso exista. Novamente aqui cabe a primeira resposta dos vários comerciantes da cidade.

O fato é que percebemos que a ACIAS não catalisa nenhuma ação, de fato produtiva, em prol do comércio de Salto, oferece muito pouco aos seus associados, a não ser verificar a inadimplência dos consumidores e um ponto para se fazer cópias xerográficas.

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