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OPERAÇÃO RAIO X: Policiais civis cumpriram mandado neste sábado, em Salto,

Informações colhidas junto ao Ministério Público, a ação policial foi realizada neste sábado (3) pela manhã em Salto, Agudos, São Paulo e ainda em Curitiba (PR).

Por Wellington Caposi em 03/07/2021 às 18:16:02

Quatro homens foram presos neste sábado, 3, em três cidades do interior de São Paulo e uma no Paraná durante nova fase da Operação Raio X, que investiga um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde. Informações do Ministério Público mostram que as prisões e mandados de busca e apreensão contra quatro suspeitos foram decretados pela Justiça após pedido da Promotoria de Justiça de Carapicuíba. Durante a ação deste sábado, foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos, valores em dinheiro e bens. Ainda segundo o MP, a ação foi realizada em Salto, Agudos e São Paulo (SP), e em Curitiba (PR), com apoio de policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da região de Araçatuba. Somente em Carapicuíba foram desviados mais de R$ 10 milhões de reais da Saúde entre dezembro de 2018 e setembro de 2020. Nesta semana, o Ministério Público daquela cidade denunciou 14 pessoas que estariam envolvidas com a organização criminosa. Devido ao sigilo da operação, não temos ainda informações de quem foi preso aqui em Salto.

Investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil apontaram que o comando central da organização era feita pelo médico Cleudson Garcia Montali. O anestesista, que foi diretor em várias unidades de Saúde, chegou a ser homenageado com o título de cidadão Emérito nos municípios de Birigui e Agudos, no estado de São Paulo. Por meio da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, Cleudson Montali celebrou vários contratos de gestão com o poder público, mediante licitações fraudulentas, para administrar a Saúde pública de diversos municípios. Com isso, havia o desvio parte do dinheiro repassado por força de contratos de gestão com as referidas Organizações Sociais.

As investigações descobriram um esquema de desvio de dinheiro público sofisticado por meio de contratos de gestão com diversos municípios do estado de São Paulo e também de outros estados. A organização criminosa, mediante acordos previamente firmados com prestadoras de serviços contratadas; desviava grande parte das quantias repassadas às Organizações Sociais, ora por meio de superfaturamentos, ora por meio de serviços não executados mas sempre com emissão de notas frias. Esses atos criminosos ocorreram de maneira reiterada, sendo que parte do dinheiro desviado foi objeto de lavagem de dinheiro. Além dos crimes citados, as investigações apontaram também que os alvos da operação teriam praticado crimes de corrupção ativa e passiva, além de falsidades ideológicas.


A investigação durou dois anos e culminou com a prisão de mais de 50 pessoas, apontou que as organizações sociais de Cleudson cresceram rapidamente e fecharam contratos em 27 cidades de quatro estados brasileiros: Pará, Paraíba, Paraná e São Paulo. Conforme a investigação, a quadrilha, que tinha a participação de políticos e desviou cerca de R$ 500 milhões de reais, que deveriam ter sido investidos em hospitais e no tratamento da Covid-19. Em alguns casos, os políticos estavam envolvidos para ajudar na primeira fase do esquema, o fechamento de contratos com o poder público. Em Agudos, um vereador foi preso suspeito de envolvimento no esquema. Outros políticos presos no estado foram o Secretário de Saúde de Penápolis, Wilson Carlos Braz, e o vereador de Birigui José Roberto Merino Garcia, conhecido como Paquinha.

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