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Empada frita, um bem cultural de Salto

A idéia de oficializar o prato como tradicional e genuíno da cidade foi do atual secretário Municipal do Turismo, Wanderley Rigolin.

Por Wellington Caposi em 09/10/2020 às 23:49:57

A origem da receita da empada frita de Salto ainda permanece incerta. O que se sabe é que a precursora no seu preparo foi Diamantina Andriolli, popularmente conhecida como Dona Nena e que teria aprendido o preparo da receita com seus familiares. A partir da década de 1940, Dona Nena preparava suas empadas, juntamente com suas ajudantes, Dona Julica e Dona Eliza e, os quitutes muito apreciados já naquela época, eram vendidos em cestos de vime pelos meninos, de porta em porta, nas ruas da cidade. Com o tempo, a empada frita passou a ser preparada por várias outras senhoras saltenses, seguindo basicamente a mesma receita, cuja massa ainda leva farinha de trigo, água, sal, fermento, gordura e um pouco de cachaça. Ao longo de mais de meio século, desenvolveu-se o hábito de abastecer bares da cidade e atender encomendas para festas e confraternizações, com as empadas no tradicional tamanho grande, ou minis, estas entregues às dúzias e centenas.

Os recheios mais usuais ainda são o de frango e o de palmito, mas a empada frita também já foi preparada, principalmente durante a semana santa, com camarão e até mesmo bacalhau. Com o tempo, a empada frita passou a ser feita por várias senhoras saltenses, carinhosamente chamadas de "empadeiras". Seguindo praticamente a receita original, que tem mais de 60 anos, Alzira Pacher Bonatti, Dona Ila; Idair Scallet; Sueli Scallet, Alzira Cruz Figueiredo; Otília Alves Amaral; Jacira Pacher; Irene Zanuni e Tânia Leme, foram e ainda são as muitas "empadeiras" que sustentam até hoje uma tradição local, uma vez que a empada frita não é encontrada em muitos lugares na cidade. Por se tratar de uma tradição culinária tipicamente saltense, com uma clientela de apreciadores que cresce a cada dia, o quitute foi declarado bem imaterial de valor cultural para a comunidade local. Passou, assim, a ser oficialmente divulgada pelos órgãos públicos que zelam pelo turismo e pela cultura, com o objetivo de preservar e incentivar o conhecimento de uma delícia que vem se somar a tantos outros atrativos oferecidos pela cidade de Salto.


A idéia de oficializar o prato como tradicional e genuíno da cidade surgiu em 2006, numa das reuniões do Conselho Municipal de Turismo, presidido na época por Wanderley Rigolin, quando inicialmente se falou na grande procura da empada frita, inclusive por muitos turistas. O lançamento do prato típico saltense, realizado em 30 de agosto de 2007, foi marcado pela assinatura de um decreto lei, pelo prefeito da Estância Turística de Salto, Geraldo Garcia, que declarou o quitute um bem cultural. Alguns pontos comerciais ainda mantém a empada frita entre os salgadinhos a serem degustados. É comum pessoas de outras localidades fazerem suas encomendas de empadas fritas em Salto, depois de as terem conhecido através de algum parente ou amigo.

Tânia Leme, uma das "empadeiras" da cidade em atividade, faz e entrega a empada frita, recheios de frango ou palmito, diretamente na sua casa. São fantásticas. É só encomendar pelo whatsApp 11 97228.6054.

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