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Tarcísio afirma que errou depois de vetar projeto sobre autismo.

Governador paulista falhou na redação e recua quanto à justificativa de que o transtorno poderia "deixar de existir".

Por Wellington Caposi em 12/02/2023 às 22:36:22

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou na última sexta-feira, 10, que errou ao vetar um projeto de lei que estendia o prazo de laudos médicos que atestam Transtorno do Espectro Autista.

"Erramos. É importante esclarecer que o entendimento do Governo de São Paulo é que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é permanente e, portanto, os direitos serão definitivos. Falhamos ao deixar passar uma redação que não deixasse clara essa postura", escreveu em sua conta no Twitter.

O chefe do Executivo local se refere ao projeto de lei do deputado estadual Paulo Correa Júnior, que prorrogava os atestados por prazo indeterminado. Ao vetar o texto, Tarcísio de Freitas se valeu de uma justificativa da Secretaria de Estado da Saúde, quando afirmou que "o transtorno do espectro autista, diagnosticado precocemente até os 5 anos e 11 meses de idade, é mutável, podendo mudar de gravidade como até mesmo deixar de existir".



No Twitter, 2 dias depois, o governador recuou e disse que errou: "Agora, vamos aperfeiçoar o projeto, ampliar e incluir outras deficiências neste laudo definitivo. Para isso, vamos chamar a sociedade civil e entidades para discutir com responsabilidade o assunto e trabalhar para avançar com políticas públicas efetivas". Paulo Correa Júnior, autor do projeto, publicou em sua conta no Instagram um elogio ao governador. "Diante de inúmeros apelos populares, o Governador Tarcísio de Freitas, em um gesto nobre e muito humano, reviu seu posicionamento em relação ao veto do projeto de lei criado por mim, desobrigando a comprovação por laudo e a cada 6 meses, para que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista pudessem usufruir dos benefícios legais". Um político reconhecer seu erro, é algo extremamente raro no estado de São Paulo.

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