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Vereador afirma que a Eucatex é responsável pelo mau cheiro que assola a cidade

De posse de uma resposta da Diretoria Ambiental, o vereador Gideon Tavares disse que a empresa não divulga a verdade.

Por Wellington Caposi em 23/09/2022 às 09:13:31

Segundo o vereador Gideon Tavares, o mau cheiro que tem incomodado moradores Vila Nova, parte do Jardim das Nações, Jardim Sontag e outros bairros próximos, teria sua origem no tratamento de esgoto da Eucatex. A afirmação foi feita pelo líder do Governo, durante ultima sessão, na terça-feira, 20.

"Eu tenho a transcrição da resposta da diretora ambiental da empresa que eu recebi. Ela disse, dessa forma, admitindo que o mau cheiro é de lá: "Nós estamos dosando um produto nos lagos de afluentes por causa do mau cheiro". E disse que só estava aguardando a autorização dos superiores para divulgar a verdade", disse o vereador. Gideon ainda criticou o posicionamento diferente da empresa, que teria negado ser responsável pelo odor e não economizou nas críticas à Cetesb. "A empresa divulgou em nota, através de sua diretoria ambiental, negando que a origem do mau cheiro fosse da empresa. Além disso, a Cetesb esteve lá e não encontrou algum indício de mau cheiro nas lagoas de afluentes da empresa. Mas qualquer criança daquela região sabe que o mau cheiro é da Eucatex, só não os técnicos da Cetesb, que provavelmente vem no dia em que não usam o produto que emite o mau cheiro. Lamento o posicionamento da empresa e lamento mais ainda que um órgão que existe para proteger o meio ambiente venha a nossa cidade "passar pano" para a empresa", criticou.


Ao usar a tribuna durante o "Tema Livre", o presidente do legislativo, Cícero Landim cobrou precisa ser multada pelos danos causados ao meio ambiente e cobrou medidas da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

"Todo mundo tem medo de falar na Eucatex. Não é porque é uma geradora de empregos que ela tem de desrespeitar a lei. Se o mau cheiro está dentro da Eucatex, o secretário de Meio Ambiente, dentro de suas atribuições, tem de aplicar as multas; a Cetesb, também dentro de suas atribuições, tem de aplicar as multas. Mas eu não confio na Cetesb. A Cetesb, assim como o DAAE, a EMAE, quem cuida são cargos de deputados. Então politicamente não punirão os infratores do meio ambiente".

Em uma live em suas redes sociais, o prefeito Laerte Sonsin Jr. falou sobre o caso e disse que a Prefeitura não pode intervir. "O município não tem competência legal para agir mais do que isso. Quem tem essa competência é a Cetesb".

A empresa, através de sua Assessoria de Imprensa, também se manifestou informando que a Cetesb foi chamada para averiguar e que o órgão realizou três inspeções. Veja a nota na íntegra:

"Em resposta aos relatos de mau odor, atribuído às lagoas de tratamento de efluentes da unidade da Eucatex na cidade de Salto, a Empresa esclarece que, a partir do dia 07 de setembro, quando o problema foi percebido, a Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo foi acionada para avaliar as áreas dentro da Eucatex. Após três inspeções da Cetesb, realizadas nos dias 12, 13 e 16 de setembro, constatou-se que as duas lagoas encontram-se em situação regular e que não apresentam nenhum tipo de odor característico que possa ser percebido fora da empresa. Sendo assim, os odores relatados próximo à av. Getúlio Vargas e à rua Japão, são provenientes de outras ocorrências, que nenhuma relação têm com as atividades da Eucatex e serão averiguados pelos órgãos competentes."

NOTA DA EDITORIA: Os vereadores denunciam, a prefeitura se isenta da responsabilidade e ainda afirma que nada pode ser feito. A empresa afirma que o cheiro não é de lá, no entanto moradores continuam sentindo o fedor. Nada é feito de fato. Prova disso são as postagens do ex-secretário do Meio Ambiente sobre o tema. Além de tudo disso, o relatório sobre a piora da qualidade das águas dos rios que cortam a cidade, mostra que o rio Jundiaí teve piora significativa de suas águas após a localização da empresa (no seu encontro com o Tietê). Os dados são do relatório "Observando o Tietê 2022" e faz parte do projeto "Observando os Rios". Alguma coisa tem que ser feita! E que foi eleito e está, religiosamente, sendo pago para tanto, é quem deve fazê-lo.

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