Este é o primeiro trabalho para o público infantil, com direção de Bete Dorgam. O espetáculo acontece no próximo sábado, 12 de janeiro, às 15 horas no SESI ITU, entrada gratuita. A peça conta a história de três crianças que criativamente conseguem acabar com a tirania que muda a vida dos habitantes e atrapalha a liberdade das pessoas, uma reflexão lúdica sobre polÃtica e cidadania. Utilizando da imaginação da plateia e da brincadeira proposta pelos atores, os personagens vão sendo criados em cena com a trilha sonora ao vivo do compositor Alexandre Mello e a iluminação de Felipe Tchaça, que dão o tom dessa grande brincadeira entre artista e plateia.
O livro de Ana Maria Machado foi lançado pela editora Salamandra logo após a abertura polÃtica en 1982 e chegou a receber uma leitura dramática na Alemanha pela importante companhia do dramaturgo Bertold Brecht, o Berliner Ensemble, em 2002. "As proibições do Tirano, lembradas no livro, estavam na memória recente de todos. E não vigoravam apenas no Brasil, mas em vários outros paÃses vizinhos. Minha proposta para vencer a situação era simbólica, naturalmente. Mas tinha a ver com o caminho em que eu acreditava: uma festa feita com a união de toda a nação, nas suas diferentes etnias e gerações, com os recursos da memória e da criatividade artÃstica, e com a pureza e coragem das crianças", relata a autora Ana Maria Machado em texto publicado na segunda edição do livro.
Ao encenar este texto, o Grupo Prole propõe refletir junto ao público sobre assuntos que tanto preocupam e permeiam discussões contemporâneas – democracia, acesso à arte, direitos do cidadão, liberdade de expressão, a importância do diálogo entre pessoas que tem ideias diferentes, entre outras. Para contar esta história de assuntos tão adultos e que se refere a um perÃodo polÃtico da nossa história tão complexa, a encenação joga com a imaginação das crianças e da brincadeira de atores que vão criando personagens e cenários.
Neste jogo o elenco se coloca ludicamente diante não apenas dos efeitos da tirania, mas também diante do desejo de ser o tirano. "Isso nos leva a pensar também sobre as pequenas tiranias e radicalismos que cometemos. E como somos individualmente responsáveis por, em nossas ações sociais, cuidar do espaço público e dos direitos democráticos. Não através do ódio, mas do diálogo e do respeito ao direito de pensar e ser diferente.", explica a produtora Fernanda Assef.
O espetáculo estreou em outubro de 2018 no Centro Cultural São Paulo e ficou entre os pré-finalistas do segundo semestre do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem na categoria Melhor Texto Adaptado. Em 2019 a peça fez temporada no SESC Santo André.
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