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Editorial

Peixes mortos versus Peneira ao Sol


Na manhã desta sexta, 23, agonizantes ou mortos, centenas de peixes apareceram boiando no Rio Tietê entre Itu, Salto e Porto Feliz. As redes sociais mostraram isso e logo após, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Salto informou o início à verificação sobre o que teria provocado essa nova tragédia ambiental. Percebam, isso sempre acontece em outubro?

O peixe depende da qualidade de seu meio - a água - para suas necessidades respiratórias (oxigênio dissolvido), alimentares e reprodutivas. Ou seja, para a sua sobrevivência, principalmente nos rios. Existem também outros fatores que podem influir no meio aquático e provocar a mortandade de peixes. Mudanças bruscas de temperatura, chuvas fortes, decomposição de matéria orgânica, alteração na salinidade à lama depositada ao fundo de uma barragem. Ainda devemos levar em conta a temperatura e acidez da água; o oxigênio dissolvido; a salinidade e o material em suspensão. Todos esses fatores influenciam e são de suma importância na vida dos peixes, mas podem oscilar em decorrência de intervenções promovidas pelo homem.

Confira a reportagem da TV TEM clicando AQUI.

Não é preciso ser tão inteligente assim nem ao menos pensar exageradamente da fazer o diagnóstico: nesta quinta, 22, o rio Tietê ficou escuro devido à liberação da lama tóxica acumulada no fundo das represas, pelos extratores das barragens, em Pirapora do Bom Jesus. A vazão nesses extratores (ralos) sempre será liberada em consequência do aumento do volume da vazão de água nos vertedouros dessas represas. Isso acontece devido a ocorrência de intensas chuvas na grande São Paulo. A Empresa Metropolitana de Águas e Energia - EMAE, responsável pela manutenção desta operação, ao abrir o extrator libera também a lama tóxica sedimentada ao fundo dessas represas, ao intenso vórtice gerado é adicionada a lama tóxica e assim, cria-se condições para o sufocamento dos peixes por falta de oxigênio.

A Cetesb também informou que também recebeu as denúncias e vai investigar. Mas investigar o quê? Todos já tem conhecimento do que causa - de tempos em tempos - essa tragédia ambiental: a liberação da lama tóxica acumulada nas barragens citadas. Não é preciso investigar mais e sim elaborar um plano de ação efetiva. Há cerca de dois anos, foi realizado um amplo debate por várias entidades da cidade; com personalidades e especialistas; o rio foi abraçado por estudantes, formou-se naquela época, uma ação fraterna e solidária, mas mesmo com a boa vontade de alguns, nada caminhou. Sabemos que tudo ficará novamente apenas no papel.


O momento agora não é mais para debates ou reuniões e sim carece de ações efetivas. Mesmo nessa época de promessas eleitorais, o rio Tietê sequer aparece nos programas prometidos pelos candidatos. Nem uma linha sequer sobre o rio. Nem tentem explicar então como os peixes morreram... Salto e o rio Tietê não merece essa tremenda enganação.

Definitivamente, parem de tapar o sol com a peneira!

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