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Editorial

132 anos depois, a desigualdade racial ainda permeia na nossa sociedade


Neste 20 de novembro, o TERRATAVARES propõe uma reflexão sobre o que é ser preto e explica a importância da discussão sobre racismo e da luta por igualdade para fazer da data um catalisador para uma sociedade mais justa e fraterna. O Dia da Consciência Negra é comemorado neste 20 de novembro em todo o país. Passados 132 anos da abolição da escravidão no Brasil, o Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído apenas em 2011, por meio da Lei nº 12.519. Zumbi, um pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos 6 anos de idade. Mais tarde ele voltaria para sua terra natal e seria líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695.

O objetivo do Dia da Consciência Negra é fazer uma reflexão sobre a importância do povo e da cultura africana no Brasil. Também serve para analisarmos o impacto que tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira. A música, a política, a religião e a gastronomia entre várias outras áreas foram profundamente influenciadas pela cultura negra. Este é um dia de comemorar e valorizar a cultura afro-brasileira. Nacionalmente, em 2017, o projeto de lei que coloca o Dia da Consciência Negra como um dos feriados nacionais foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Contudo, até hoje não foi levado para análise do Plenário. Dos 5,5 mil municípios brasileiros, apenas 832 adotaram a data como feriado. Entre esses, está nossa cidade. Esse número representa menos de 15% das cidades brasileiras e mostra a pouca relevância atribuída a data, que ainda tem reflexo no âmbito da discussão escolar: foi incluída no calendário somente em 2003, como uma forma de incentivar a pensar o que é ser preto na sociedade.

Em 13 de novembro, a pesquisa "DESIGUALDADES SOCIAIS POR COR OU RAÇA NO BRASIL" revelou que aumentou o percentual de estudantes pretos ou pardos nas instituições superiores da rede pública - federais, estaduais e municipais. Mas, como formam a maioria da população (55,8%), ainda permanecem sub-representados. No ano passado, pretos ou pardos passaram a ser 50,3% dos estudantes do ensino superior da rede pública. Esse percentual ainda é inferior aos brancos da mesma faixa etária: 78,8% em 2018. E quando se trata de mulheres pretas, o índice de desigualdade piora ainda mais: são 58% dos casos de violência doméstica e 58% das vítimas de feminicídio no país.

Numa sociedade em que a cor da pele dita as regras - sendo o motivo para milhares de vidas ceifadas - sempre será necessário promover conteúdos em torno do debate racial. O debate sobre a Consciência Negra não se pode restringir a um feriado ou um mero simbolismo; deve ser um debate sobre reconhecimento da humanidade, capacidade e luta que são cotidianamente apagados sob uma falsa égide de igualdade no Brasil. Por essas e outras, é importante dar voz, espaço e oportunidade para que pretos sintam-se respeitados e representados, e tantos outros verbos de acolhimento imagináveis, além, é claro, da possibilidade de sentirem-se como seres humanos.

Como veículo jornalístico sério e isento, o TERRATAVARES defende radicalmente a diversidade cultural, de gênero e de raça e etnia, e repudia veemente a desigualdade racial e social. É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos pretos, mas sim um problema do Brasil, que é de pretos, brancos, índios, amarelos e outros mais.

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