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Câmara de Salto fica dividida e por 6 votos a 4, rejeita projeto de lei em apoio aos comerciantes da cidade

Projeto de autoria do vereador Vinicius Saudino foi considerado inconstitucional pelas comissões que avaliaram seu conteúdo.

Por Wellington Caposi em 12/05/2021 às 13:47:23

Um projeto de lei, por mais que tenha boa intenção, não sobrevive dentro da Câmara de Salto. Foi o que aconteceu na sessão desta terça-feira, 11, quando os vereadores num placar apertado rejeitaram o projeto que criava o "Programa de apoio ao comerciante local", onde através de isenções parciais de tributos municipais, em razão da pandemia da Covid-19, buscava dar um folego para o comércio da cidade. O autor do projeto defendeu sua proposta afirmando que o comércio precisa deste apoio neste momento, e cutucou o prefeito Laerte Sonsim, destacando que era uma oportunidade para os vereadores mostrarem que se ele não tem tempo para pensar nisto, os edis estariam fazendo-o.

O líder do governo Márcio Conrado - numa provocação ao vereador Saudino - falou que quem o escuta falando, parece que ele é um anjo de bondade. Márcio destacou que nem toda lei pode partir dos vereadores, e que o projeto tinha tido parecer negativo do Jurídico da casa e das comissões internas, já que ele - o governo - iria abrir mão de receitas e deveria explicar de onde então viria outras receitas para equilibrar a conta. "Projeto bom é o que é aplicável. Quando cria uma lei que gera expectativa nas pessoas, ele é só uma folha de papel", destacou Márcio.

"Se a gente não respeitar os pareceres das comissões, o que estamos fazendo aqui? Dá a entender que estamos votando contra o projeto e indo contra os comerciantes, mas não é isso, precisamos de uma solução adequada para os comerciantes e não um projeto inconstitucional", ressaltou Kiel Damasceno que falou ainda da multa no valor de R$ 6 mil reais que os comerciantes estariam recebendo e que o projeto em discussão daria um desconto de R$ 30,00 no IPTU, e questionou de que forma isto ajudaria o comércio. Ainda afirmou que o projeto era apenas "politiqueiro", e que Saudino queria ser o único herói da câmara com a aprovação do projeto.

Saindo em defesa do projeto, o vereador Antonio Cordeiro considerou o projeto inconstitucional, e que as comissões agem politicamente e iria votar favorável (!), solicitando que o executivo envie à Câmara de Vereadores um projeto com validade jurídica. "O projeto é politiqueiro, mas a preocupação de ocupantes do executivo até 31 de dezembro de 2020 era mais politiqueiro ainda, porque parece que os problemas do comércio acabaram depois que assumiram a prefeitura", ressaltou Cordeiro.

Votaram favorável os vereadores Vinícius Saudino, Sandro Palhaço, Antonio Cordeiro e Macaia. Os demais vereadores – com exceção do presidente da casa, Cícero Landim, foram votos contra a aprovação do projeto.

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