Trem Republicado

Geraldo Garcia está pro jogo! Entrevista exclusiva abre a rodada de pré-candidatos a prefeito de Salto

Prefeito por 3 mandatos, Garcia falou de diversos temas e demonstrou grande preocupação com o resultado financeiro do município prevendo um ano muito difícil economicamente para a cidade

Por Tom Luiz em 28/12/2023 às 14:58:35
Geraldo Garcia observa recortes de jornal emoldurados com fotos de suas filhas em uma ação do dia dos pais

Geraldo Garcia observa recortes de jornal emoldurados com fotos de suas filhas em uma ação do dia dos pais

Foram diversos contatos na busca de uma conversa com o ex-prefeito Geraldo Garcia, atualmente ocupando o cargo de Superintendente na FIEC em Indaiatuba. O encontro se deu ao fim da tarde, na residência onde Geraldo passou parte de sua vida, além de ser o atual local do seu escritório político – um ponto central na trajetória desse destacado personagem político nos últimos anos em Salto. Reverenciado por alguns e contestado por outros, Geraldo é um hábil contador de histórias, mestre nas palavras e cauteloso ao abordar questões políticas.

TERRATAVARES: Por que o Geraldo quer ser prefeito de Salto de novo? O que te motiva a disputar uma nova eleição?

Primeiro, essa reflexão merece uma outra reflexão. Eu fiz no dia 1º de setembro uma conversa com meu grupo político (Partido Progressistas), colocando meu nome à disposição. Então, nós estamos numa discussão sobre isso. Nós vamos discutir amplamente, no ano que vem, essa possibilidade. Agora, o meu nome está sendo discutido, é só nas convenções partidárias que se confirma. Agora, eu posso dizer uma coisa para você. A motivação é a mesma que me fez me candidatar à reeleição no ano de 2020 e é a mesma coisa que me fez desde a primeira eleição. Eu sou um apaixonado por Salto e sempre me coloco à disposição para ajudar as questões de nossa cidade.

Eu fui duas vezes secretário municipal, uma aqui e uma em Itu. Então, eu comecei a minha vida pública em 1989, um convite generoso do saudoso prefeito Couto. Jamais imaginava que aquele convite ia mudar a minha vida. Eu trabalhava na iniciativa privada, Eucatex foi a primeira empresa em que trabalhei. E este convite do seu Eugênio foi, acredito que nessa época, um pouco antes do Natal, de 1988 e foi um convite espontâneo, porque eu não tinha trabalhado na campanha dele, não tinha me envolvido na campanha. Eu posso dizer então, que a partir desta experiência, mesmo não tendo sido candidato, não estando em partido nenhum, foi uma escolha pessoal, a cota pessoal do prefeito e aquilo abriu o meu universo. Fui secretário de Cultura, Esporte e Turismo.

TERRA TAVARES: Então, este convite mudou.

Eu falei, será que eu volto para ter iniciativa privada? E de fato eu não voltei mais. Aí vem a circunstância, o Coutro queria que eu saísse candidato lá A vereador, porque só aí eu fui chamado, estamos já falando do final de 92. E eu perguntei para ele se precisava mesmo, porque eu gostei de ser secretário. Secretário faz, e aí eu peguei gosto. Mas ele me disse que precisava, meu nome estava bem cotado por causa dos parques. Mas eu quero levar esse legado. Salto virou Estância Turística seis anos depois em 1999, graças ao Parque da Rocha do Rio e ao Parque das Largas.

TERRA TAVARES: Você nos seus mandatos era um prefeito de obras. Você sempre gostou muito de obras, praças que foi até apelidado, mas o tempo vai passando, acredito eu que o Geraldo de agora não é o mesmo Geraldo, que ganhou a primeira eleição como prefeito, né?

Ah, o cabelo embranqueceu.

TERRA TAVARES: Apesar ainda de ter que esperar a confirmação de partido, que é a questão burocrática dos partidos, né? Geraldo, que seria uma marca sua agora de um novo mandato? Quem é esse Geraldo de agora que chega?

Pergunta muito inteligente, né? Então você me faz essa questão de obra, perdi aquela eleição, porque a circunstância me levou a não ser candidato a vereador, mas a vice, o João Conti. Foi a primeira eleição que eu perdi. E aí eu fui para Itu, você está falando de obras em Itu, como secretário do Piunti eu pude fazer o Parque do Varvito, Estrada dos Romeiros, Museu do Quartel, que é uma marca muito legal. E é interessante o que você está falando, por isso que eu falei que a pergunta é pertinente, porque o meu perfil, eu entendo muito bem o que é o vereador, um grande articulador, ele propõe, ele discute, ele tem um poder muito grande dentro de um colegiado.

Mas realmente, aqueles dois mandatos foram o meu limite, porque meu negócio é obra. Então se você pegar meus mandatos, todos tem essas marcas. Então, isso só tem sentido se você, e obras tangíveis e intangíveis. Tem a estrada, tem avenidas, tem o posto de saúde, tem a creche, tem a praça. Eu tinha no programa de governo que foi registrado na justiça eleitoral, os sonhos que ainda estão aí para serem realizados, que está na eminência D.

TERRA TAVARES: O Represa do Piraí, é a nossa única saída para o problema crônico de falta de água?

O grande problema que nós temos, entre outros, e com o verão que se pronuncia a partir de amanhã, é a água. A água aqui é um problema permanente. Se você pegar, eu falei do Seu Eugênio Coutro, tem uma clássica foto no livro do Ettore Liberalesso com vereadores na década de 60, abrindo a barragem do Piraí, porque tinha problemas. Nós dividimos sempre a água do Piraí com Indaiatuba. Então esse problema é muito, muito antigo. Mas agora, diante do crescimento da cidade, é imperioso nós tratarmos desse assunto com muita urgência, mas com muita urgência mesmo, para que a cidade não se estrangule.

Essa questão da represa do Piraí. Eu falei que o vereador é um grande articulador. Eu preciso falar que esta foi uma discussão que eu encabecei como presidente da Comissão de Meio Ambiente porque eu entendia que este lá na frente ia ser um problema muito sério. Eu descobri com o Seu Chico Mosquini, que é um grande defensor desta causa, ele me procurou na câmara e nós tínhamos um estudo da década de 40, que falava que nós tínhamos um vale entre Salto e Itú, principalmente entre Salto e Itú, onde sugeria já essa questão de uma grande barragem, de uma grande represa regional. Então, no fundo, essa articulação, que é antiga, interessante, que ganha corpo.

Então, objetivamente, essa questão da água é muito importante. Salto é uma cidade também com problemas diários seríssimos. Nós estamos aí quase com um veículo para cada pessoa. Nós vamos discutir muito essa questão do fluxo que nós temos hoje. Essa é uma questão que estava também no meu programa de governo. Eu lembro que eu coloquei bem claro isso. Temos mais algumas malhas diárias que nós precisávamos ter feito já para evitar que a situação piore.

TERRA TAVARES: Você foi muito criticado quando resolveu mudar a sede da Prefeitura para a Abadia, hoje, ninguém mais reclama, ao contrário, elogiam a estrutura oferecida para servidores e população em geral...

Porque a prefeitura, aquele espaço nobre, aquele espaço histórico, aquele espaço que era micado, né? Você tem lá uns cinco painéis, senão me engano, cinco décadas da prefeitura.. E o que que era a ideia? Era como mais ou menos o Reinaldo Nogueira fez quando levou a prefeitura do Centro de Indaiatuba para o Jardim Regina. Ele mobilizou naquele miolo lá, que não é miolo hoje, cresceu tudo. Nós queríamos a mesma coisa, com distritos industriais no entorno, que é o Polo Empresarial Santos Dumont. Então, o que que eu vejo, a água, a questão das questões das malhas viárias, a partir inclusive da Paço Municipal, nós tínhamos algumas ideias com relação a isso, já em tratativas muito avançadas com a iniciativa privada.

TERRA TAVARES: Durante os seus mandatos na prefeitura, você sempre valorizou muito a questão da cidade como uma Estância Turística, recentemente, o parque que você criou na época como secretário, passou por uma nova reformulação e ganhou destaque, uma projeção. O quanto que, apesar do nosso potencial gigantesco, faz falta uma integração maior entre os atrativos que nós temos? O que você pensa do turismo da cidade?

É uma visita que eu ainda não tive a oportunidade de ver essa remodelação que foi executada. Aliás, o parque original passou já por duas reformulações comigo. E essas reformulações é que nem a pintura da Santa, ela tem que ser feita constantemente. Mas o parque da Rocha Mountonnée é uma profunda reflexão sobre história, sobre geologia, sobre geografia. Aquilo é para o aluno, para a pessoa, para o estudante refletir. Então, como é que eu vejo o turismo da nossa cidade? É como uma grande sala de aula a céu aberto. Eu acho que é para esse turismo rápido, principalmente depois do trem republicano. Mas é sempre uma... você vai lá por uma brincadeira do chamariz, pode ser o dinossauro. Aliás, eu vou dizer uma coisa. O professor Rocha Campos, que é o grande mentor tanto do Parque Mountonnée quanto do Parque do Varvito, e e essa questão de o que precisava fazer lá, foi ele que deu, como consultor. E essa questão do dinossauro, ele tinha restrições, porque na geologia, o dinossauro é bem depois dos fenômenos geológicos que aconteceram naquele local. Tremendamente anterior à vida, o dinossauro ou qualquer coisa. Mas é uma licença poética que eu dei na segunda reformulação do parque. Mas enfim, eu não quero ficar tangenciando tanto, é uma questão que junto com a indústria, nós não podemos dissociar isto, é uma questão que está aí, que nós podemos fazer e trazer gente pra cá. O trem era um desses divisores de água

TERRA TAVARES: Eu escrevi uma matéria recentemente, eu escrevi que Salto recebe visitantes e não turistas. Levei umas surras por causa disso, mas quando você entende, quando você olha a essência da palavra, a gente sabe que é visitante, não turista. Como fazer essa amarração geral?

O que acontece? Você fala de iniciativa privada. Quando você vai em qualquer cidade que vive, que tem o turismo como uma fonte, você vê a iniciativa privada presente em quase todos. Tem pouquíssimas atrativos que são públicos, porque tem um custo pra isso e o orçamento público é um pouco engessado e tem umas prioridades e não é a prioridade ficar apitando o trem. O exemplo trem publicano é um bom modelo.

TERRA TAVARES: Esse tempo que você não está na prefeitura, você está na FIEC, creio que você tenha acompanhado muito ali próximo o salto. Em algumas questões. Nós temos um hospital que nos últimos três anos passou aí por mão de três, quatro gestoras. Parece um problema também que nunca se resolve. Parece que hora se reclama da gestora, hora se reclama da falta de médicos, é uma dificuldade, como é que se resolve esse problema, Geraldo?

Certamente paralelo à água, à saúde é o grande, se você como gestor não pensar isso, é um grande problema. Eu vejo duas histórias na minha passagem pela prefeitura. Essa questão que eu tenho, que dá todo o crédito do Dr. José Carlos Servia, o primeiro secretário de 2005 a 2008, ele foi um visionário em implantar essa questão das clínicas. Ele chegou um dia para mim e falou, Geraldo, os postinhos de saúde do seu gênio estão alcançados, vamos avançar, vamos... Então realmente esse mérito de dar um caráter, porque só os que têm condição de ir numa clínica, nós demos aos postinhos uma cara de clínica.

E a outra é o modelo SPDM, hoje eu não esqueço até desse nome, entre os créditos que eu tenho de dar aqui de cada gestor, se o Coutro de 89 a 92 teve o mérito da Casa e Turismo, o Pilzio teve a ousadia de fazer um projeto de lei, estava vereador inclusive na época, de colocar as OS e ele foi corajoso, porque o hospital era administrado pela prefeitura, então ele teve essa ousadia. Mas a primeira OS que ele colocou, porque naquela época não havia essas exigências de concorrência, como hoje a legislação prescreve e prevê.

TERRA TAVARES: Então você acredita que é o modelo?

É o modelo? É o modelo, nós temos que... só exigir mais nos contratos, cada vez mais, porque não tem... eu fiquei num momento que eu precisei assumir o hospital entre a saída do BOS e a concorrência, nós precisamos fazer a gestão do hospital. É dificílimo, cara, muito complicado o poder público fazer essa gestão. Então, graças a Deus, tivemos essa experiência, mas pelo amor de Deus, complicadíssimo. Então eu acredito que as OAS sejam o modelo. Acontece que em muitas... você abre uma concorrência hoje de OAS... E elas brigam entre elas também. E é uma questão complicada, então eu vejo essa questão como uma grande discussão, séria, uma boa discussão, eu não sei quando vai vencer, que está atualmente aí, mas essa é uma discussão que tem muito...

TERRA TAVARES: E a falta de médicos? Como é que a gente consegue trazer médicos para Salto? Existem alguns modelos, por exemplo do vale-saúde, um plano de emergência que envolva consulta médica, exames... da mesma forma que se fez convênios para zerar mamografia por exemplo. Na cidade existem clínicas populares com valor baixo de consulta e exames e elas poderiam ser convidadas a fazer um convênio com o Poder Público e desta forma zerar filas de espera. Eu já levei está sugestão ao governo atual faz tempo...

Eu acho que a grande, depois dos cabelos brancos que eu falei, depois da idade, o que eu acho que é muito louvável quando a gente chega neste estágio é ouvir. Está aí uma ideia que você está trazendo que precisa ser discutida, porque o poder público sozinho, a OS sozinha não tem condição de fazer. É ver a questão legal, se tem suporte legal para essas parcerias, é possível, vale o limite, mas está aí uma ideia muito interessante que você está trazendo para a gente levar para o Conselho de Saúde, que só tem um conselho que não é consultivo, é deliberativo, ele tem que endossar, que é o Conselho da Saúde, mas está aí uma ideia muito interessante, parcerias, para a gente discutir junto com a OS.

E a outra questão, que eu por alto tenho ouvido falar, que foi um ganho que nós trouxemos para cá, o AME de Especialidades, que foi uma disputa com Sorocaba e Itu, e eu tenho a alegria de que Salto e saudosa a memória, já que eu estou dando créditos a todos, o Senhor Jesuíno Rui, que passou por três vezes na prefeitura, foi muito criticado quando construiu o hospital, por causa daquele quarteirão todo, ele fez uma ousada discussão que possibilitou com que a gente vencesse a batalha, porque Itu ia ficar com os AMEs, inclusive de pequenas cirurgias que eram nossa briga, ia levar tudo para o Pirapitingui. Mas a gestão atual diz que o modelo não é viável. Eu quero discutir profundamente o que eu li rapidamente pela imprensa, eu quero me aprofundar, não quero polemizar nada, mas eu não entendi porque desta fala, se este foi um ganho muito grande para a saúde de Salto.

Então essa reflexão que eu li por alto na imprensa me intriga, eu quero entender, porque nós precisamos do Estado, nós precisamos desse aporte, nós precisamos discutir com a Secretaria de Saúde do Estado e com a Diretoria Regional de Saúde, para continuar a ser favorável do jeito que era, não entendi, mas eu quero entender, porque este AME além de trazer pacientes, ajuda a pagar conta.

TERRA TAVARES: Há muito tempo já que a educação de Salto é muito boa, nós temos excelentes professores, as escolas são muito estruturadas, só que a gente tem alguns atrasos. Há quanto tempo o Salto não recebe uma nova escola estadual, por exemplo? Agora a gente acaba ficando com uns que a gente tem distante para os estudantes. A cidade cresceu muito e não se tem uma nova, a última foi o CAIC, se eu não me engano. Creches, existe a questão daquele TAC que o ex-prefeito Juvenil teve que assinar e hoje tem uma particular que atende o Vale Creche, porque não consegue finalizar obras paradas, as construtoras desistem das obras. Então, existe alguns, apesar de a educação ser muito boa, existe alguns probleminhas nesses aspectos ainda, né? E Salto, há um ano e meio utiliza o sistema SESI de educação como base. Relacionados a educação, qual sua visão atualmente?

Eu fiz uma consulta do secretário Ed, que é o Secretário de Indaiatuba ontem, sobre isso. Eu tive algumas questões para tratar com ele, e ele foi dirigente de ensino de Capivari, e eu fiz exatamente essa pergunta, porque o modelo foi copiado de Indaiatuba, a Secretária Ana esteve lá, eu sei, e conversando, e foi adotado porque Indaiatuba adota o sistema SESI, e eu fiz essa pergunta, se ele acha que lá está funcionando, porque era uma questão que eu quero também discutir na hora certa com os educadores daqui, Lá está funcionando, e aqui foi implantado, eu quero muito ouvir os educadores, porque na minha época havia uma discussão de fazer um trabalho próprio, e era a Secretaria de Educação que conduzia este trabalho próprio, dentro de um modelo, havia essa controvérsia.

Então eu quero avaliar com os educadores se eles estão satisfeitos com esse sistema, porque lá ainda tudo está funcionando, então é uma boa discussão para ter, se nós vamos continuar nessa questão. Então, você de novo, com muita perspicácia, está provocando uma reflexão de o que o Estado está devendo para a gente, está aí uma boa conversa com o Dirigente de Ensino, nós realmente não recebemos uma escola estadual há trocentos anos, eu vejo em Indaiatuba fazendo lobbies poderosos e lá conseguindo, por que não a gente começar isso?

Agora você toca num assunto e me dá oportunidade. As circunstâncias, o destino, me levaram para FIEC, Fundação Indaiatubana Educação e Cultura, vai fazer 40 anos em 2025. São 21 cursos técnicos e um curso superior, um curso de tecnológica, começou tudo com mecânica em 1985, veio enfermagem em 1987, química em 1989 e aí não parou mais, tem 21 cursos técnicos.

Eu gostaria muito de refletir, então, dentro de programas que houveram também, a questão do ensino técnico.

TERRA TAVARES: Ter um ensino técnico municipal?

Eu acho que a gente pode discutir seriamente, porque nós já temos aqui, não sei se um municipal, mas uma ampliação, já que agora o Estado está abraçando esta causa, e eu vou me dar o luxo de esperar alguns dias para falar isso, uma grande novidade, o ensino técnico aqui para Salto, que é uma discussão que Graças a Deus eu consegui vencer com o Estado. Com o Estado você tem que ser persistente e consegue.

TERRA TAVARES: Você intermediou, é isso, só para entender.

Isso, e eu quero essa notícia em janeiro, se você me permite. Então você, Terra Tavares, aguarde uma discussão muito séria, porque a FIEC, ela está ampliando os seus horizontes. E essa questão do ensino técnico, eu acho que a gente pode ter, em parceria com o Estado, grandes vitórias aqui em Salto. Nós temos aqui o SENAI, que também tem escola técnica. Então eu acho que a prefeitura tem que fazer um olhar forte para o ensino, que é a nossa base, toda a força para... eu quero discutir muito também a merenda, como é que está a qualidade da merenda, porque houve uma licitação. No novo modelo está privatizada. São duas reflexões que eu quero discutir.

TERRA TAVARES: Como pai de alunas, tudo bem? Ela adora a comida. Ela adora e ela come comida, de verdade.

Porque é uma coisa que houve uma mudança e tem que dar mérito. Se ela está gostando, então está boa. Então é uma reflexão que eu queria fazer e também o material que está sendo utilizado, porque como você falou, é uma tradição o Ensino Municipal de Salto ser discutido junto a quem vive ele e nós temos diretores engajados, diretores que são escolhidos, inclusive por eleição. Então há uma máquina que anda. Eu quero só ter essas duas questões que eu quero avaliar. Tudo bem?

Temos mais algumas unidades educacionais que você tem que começar a plantar desde já para colher eventualmente no último ano. Então se tiver alguma unidade escolar que está defasada e que precisa ampliar ou construir, nós temos que começar já a pensar com emenda parlamentar.

TERRA TAVARES: Eu quero que a gente fale um pouquinho sobre trânsito ou transporte, eu quero que a gente dê abertura para você falar. Salto tem um trânsito caótico, não é? Porque ainda a gente insiste em centralizar tudo numa única rua, faz falta para a gente ter, de fato, alternativa na cidade. Segundo a questão do Transporte Público. Eu sou um grande defensor de Tarifa Zero, existem modelos no Brasil sustentáveis. O município de Vargem Grande por exemplo, é um modelo que muito nos beneficiaria, e outros modelos têm por aí. Pois bem, nessa sua ausência da Prefeitura, o transporte público passou por mudanças, como você vê estas questões?

A questão do tempo da empresa anterior, a Nardelli, que tinha uma tradição na cidade, justamente no meu tempo, o vencimento do processo de licitação. Nós contratamos uma empresa especializada diante do problema que se adivinha. Então, nós tínhamos que tratar esse processo chamativo de uma forma muito profissional e muito técnica. E nós trouxemos, não vou recordar agora, como foi a contratação e tal, nós trouxemos um empresa que fez um estudo sério, assim como a Secretaria do Estado de Saúde fez para a gente trazer o AME para cá. Porque eu sabia que era polêmica a história. E eu queria tirar a polêmica de toda a questão, porque nós tínhamos uma empresa que tinha história aqui e ela ia participar, evidentemente. Então, eu tenho muita tranquilidade da forma que foi feito, mas é briga, é guerra de coisa, de preço de passagem, aquela coisa toda. Eu fiquei feliz quando a Nardelli ganhou o procedimento.

Mas essa questão do subsídio é uma questão posta também. Não dá para a gente, para o poder público não estar presente nisso. Agora, dessa conversa que eu estou tendo com você, eu levo duas coisas já, como uma reflexão, para uma discussão com o nosso grupo. Uma é a saúde e essa é a questão que você levantou e a segunda é essa questão da tarifa zero. Eu não tive, confesso, não conheço a matéria. Eu sei que aqui já há iniciativas, no domingo, por exemplo, a gratuidade está presente aqui. E na capital também. E há ardorosos defensores, inclusive na capital, da tarifa zero. E eu não sei se não é um caminho.

Então eu vou, confesso a você, com toda a humildade, aproveitar já, porque o que nós precisamos é, como eu falei, escutar, analisar. E a época de uma campanha é muito forte para a gente fazer essa consulta. Porque isso está posto, não fecha as contas das empresas. E não adianta criticar. É fácil esse lugar comum da crítica. Então, mas alguém vai pagar a conta. Uma coisa é certa. É uma discussão que precisa ser feita.

Então, eu vou me debruçar em cima dessa questão. E nós vamos ter que enfrentar isso num debate, numa conversa. Nós vamos ter que discutir isso com os jovens. Que é uma das coisas que você me fala. O que me motiva? Tem alguma coisa para motivar? Além de ver aquilo concretizado, é ensinar. Assim como o Coutro fez, eu acho que está na hora de eu começar dentro da minha experiência de professor, eu acho que nós temos que começar a fazer discussões com esses jovens que estão querendo ingressar na vida pública, para a gente poder, tá? E uma das coisas que eu vou bater firme e forte é essa questão do ouvir. Porque não tem outro caminho.

TERRA TAVARES: Em setembro, você fez um evento onde colocou seu nome para disputar as eleições de 2024 e trouxe um advogado para explicar as questões judiciais que você enfrenta, e tenho toda a certeza que isso vai ser um dos assuntos que você vai ter que enfrentar numa eleição vindoura e que é questão de justiça, né? Como é que está a tua situação hoje?

O ano sabático acabou. Eu fui de uma forma que eu não vou querer discutir aqui, de uma forma muito injusta, eu fui tornado inelegível por oito anos. Então, eu falo do querido sabático desses oito anos, acabou. Tanto é que eu fui para a eleição de 16 com uma liminar. E numa eleição com uma liminar, é tudo de ruim. Porque você vai com um adversário falando, olha onde você vai, se eu vou perder, se eu volto, né? Olha que você vai... Tentei de novo, porque dentro desses oito anos, 2020 também estava nessa circunstância em que pesa eu ia vencer, certamente, porque nós estamos com uma defesa muito legal no Tribunal Regional Eleitoral para discutir a minha tese. A minha inelegibilidade aqui vai uma entrevista inteira e não vem ao caso, foi uma questão de rejeição de contas de 22, referente a contratação de um escritório chamado Nelson Willians, que fez aquilo que muitas prefeituras faziam naquele momento histórico, a compensação de valores de INSS que ficavam retidos na prefeitura.

O Herculano, Prefeito de Itu ele estava fazendo com este mesmo escritório, que possui notória especialização, e... estava tendo os rendimentos necessários. Eu não tive dúvida disso. Chamei o meu secretário, vamos tocar o pau nisso. Só que na conversa, foi notória e especialização aqui também, mas as reflexões que chegam para o prefeito, são sempre depois das técnicas. Este escritório, é um grande escritório. Ele tem a conta, se você tem uma ideia, da Caixa Econômica, Banco do Brasil. E ele era o pai da matéria dessas histórias de compensações.

Então, é uma circunstância técnica, mas política também, porque diferentemente de outras cidades, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, nas outras cidades, ele fez, simplesmente, o apontamento dessas contratações. Apontamento para se discutir depois. Mas naquele caso específico, foram rejeitadas as contas por conta dessa contratação. O Juvenil entendeu de romper essa contratação. Deve ter até os argumentos dele, mas eu fui comunicado em casa. Inclusive, o... eu não lembro o advogado que trabalhava nessa circunstância, ele falou, lá, Geraldo, não temos mais nada a ver com isso. Simplesmente romperam o nosso contrato. Então eu falei, mas que caramba, porque nós tínhamos ainda que fazer uma série de receitas para o município, dentro de um ponto de vista legal. Mas muito bem, o fato é que, com este rompimento e com esta rejeição, fui para a Câmara. Eu fui, eu tinha o meu discurso, até agora, um manuscrito, e falei, gente, nós estamos discutindo uma matéria que várias cidades discutiram, aprovaram, e eu não entendo por que que eles romperam.

Então eu faço uma reflexão, porque a Câmara é soberana, você sabe disso, e ela podia perfeitamente ir contra a tese do Tribunal de Contas, que é a detentora, mas é uma tradição, né, quando vem com uma rejeição... Segue ele.

E eu não venci, porque tinha também toda uma circunstância política, o ano sabático do Geraldo acabou, e meu opositor soube na última eleição colocar essa dúvida na cabeça do eleitos, e evidentemente cria esse fantasma. E... a primeira coisa que eu fiz no dia primeiro de setembro, quando foi o doutor Marcelo Pelegrini, para tranquilizar meu grupo político, e a gente vai ter muito tempo para discutir, porque esta foi a grande bandeira, não se falava outra coisa, não se falava de projetos, falava que o Geraldo não pode ser candidato, que o Geraldo não ia ser candidato, que o Geraldo estava inelegível, na cabeça do eleitor, a cabeça do eleitor já estava complicada por causa da pandemia, e com estas teses todas, aí não dá, não há, eu então, estou muito tranquilo, primeiro porque eu sou o maior interessado. É questão jurídica, eu sou o maior interessado, porque eu quero estar de bem com a vida, com a justiça, então eu estou muito tranquilo, se candidato for, se campanha tiver, se vivermos, nós vamos discutir com muita transparência e com muita tranquilidade, esta questão que graças a Deus, graças a justiça, acredito na justiça, o problema é o tempo, mas isso é o tempo da justiça, mas eu estou muito, graças a Deus, tranquilo com relação a estas questões.

TERRA TAVARES: Como você tem acompanhado há uma fila para ser o vice do Geraldo, qual é a tua reflexão, como é que você vê hoje o cenário político em Salto, como é que você pensa que vai ser uma eleição, ainda outra provocação, em algum momento, se o PT bater a sua porta, há uma conversa, como já teve lá atrás, naquela época vocês conseguiram algo que era imaginável na cidade, você acha que passado esse tempo, porque o que se discute muito na cidade é que você vindo candidato, nós teremos uma eleição polarizada, entre dois candidatos.

Parece a resposta de um político, mas não é, é aquilo que eu acredito, ano ímpar não se discute eleição, nós estamos no ano ímpar, ano par que se discute política, ano par que se começa a se articular, é a partir de fevereiro, março que essas coisas vão se efetivar.

TERRA TAVARES: Mas já tem conversas?

É lógico, principalmente vocês da imprensa, nós que trabalhamos com essas especulações, mas efetivamente o ano ímpar não se discute, se trabalha, eu sempre falo que o primeiro ano, para quem está numa prefeitura, você trabalha, você semeia, você aduba, para começar a cuidar da horta no segundo ano, colher no terceiro. O terceiro ano é o ano de colheita, que é o grande ano de qualquer gestor público. Então vice, se o Geraldo for candidato, nós temos que discutir seriamente num dado momento essa questão, num momento certo, com os partidos que vão estar no grupo.

TERRA TAVARES: Quantos partidos tem hoje dentro deste seu grupo político?

O PSD, está bem colocado, que é o Vinícius aqui, e ele realmente tem falado de lançar candidato próprio. Nós temos o PSB do nosso amigo Márcio França, que também são conversas iniciais. PSDB, a conversa está boa, com Solidariedade, com PRTB e o Avante. E também com 8, nós estamos com um clima legal aqui já, porque também nós temos que pensar em cota de mulheres para disputar a vereança, pensar em composição. O Republicano, eu vi uma entrevista do Natalino e do Claudio Terasaka na imprensa, que eles estavam discutindo, conversando também, abertos, aí o presidente do partido, não sei se tem mudanças nisso, mas o próprio Republicano, qual caminho que ele vai tomar? Tem uns outros, e o Republicano é partido do Governador. Então nós temos uma discussão que começa na segunda quinzena de janeiro, uma discussão mais amigável, e você me faz recordar um momento histórico, aqui de Salto, que foi em 2004, e nós já estamos falando onde nós tínhamos uma eleição praticamente ganha, e não tem eleição ganha, em lugar nenhum, em espaço nenhum, mas o doutor Ângelo, que foi o segundo colocado nas eleições de 2000, vinha em uma situação franco favorito. Em 2002, ele parece que obteve 28 mil votos sendo candidato a deputado estadual pelo Partido Verde, com uma votação expressiva, 28 mil votos, só em Salto, e aí vem com a força do doutor Jades Martins de Mello como vice, então a reflexão que o PT fez, a reflexão que o PTB fez, e o Juvenil, com toda a experiência de candidato a prefeito, candidato a deputado. Eu com dois mandatos de vereador, correndo meio que por fora. Eu acho que aquilo, foi bonito demais o que aconteceu, esta conversa, que é a arte da política, a arte do conversar, a forma com que foi discutida a escolha, uma forma muito transparente de pesquisa, é um modelo que ficou na história, e evidentemente que não credenciava ninguém, porque eram pesquisas internas, e eles continuavam sendo o franco favorito.

TERRA TAVARES: Essa história pode se repetir, você acha?

Olha, eu acho que seria bonito, se nós tivéssemos teses sendo discutidas. Hoje o Republicano governa o estado, o PT, que está no governo federal.

TERRA TAVARES: Você conversou com o Cordeiro alguma vez?

Já sim. Nós estamos discutindo com o PSD evidente, para eu citar estes nomes, a Graziela do PSB em Salto trocamos ideias com o próprio Cordeiro, com o próprio Vinícius, e são conversas legítimas, e que podem acontecer com outros grupos, porque está tudo muito ainda, eu volto a insistir, ainda é ano que eu estou focado em mostrar resultados daquilo que fiz. O que o Geraldo fez nesses três anos, o que ele está fazendo? Eu não mandei notícias, aliás, eu me silenciei completamente de tudo, tem que ter humildade quando você perde a eleição, de fazer, cuidar da vida.

TERRA TAVARES: Como foi perder a eleição, Geraldo?

É muito difícil, porque a gente acredita... O que é duro não é o dia da chave, o dia é aqueles dias penosos que você faz a transição, é uma experiência de humildade.

TERRA TAVARES: Você refletiu? Por que você acha que perdeu a eleição, Geraldo?

A pandemia ajudou demais, tem uma série de fatores aí que pesa, mas essa questão da justiça, certamente, pesou demais. São duas coisas que as pesam, não adianta, principalmente, ficar com o teste de porque se perde, mas a pandemia tirou muita gente de votar. Então esse público tinha uma tese, que era um público mais simpático as minhas propostas, mas também era o novo, era a ideia do novo, da renovação que estava muito batendo. Eu acho que a justiça, a pandemia, o novo que estava no ar, e o bater, foi muito inteligente a estratégia da oposição, bater, bater, bater, bater pra caramba, enquanto eu estava trabalhando.

TERRA TAVARES: Você consegue fazer uma avaliação da atual gestão de Salto?

Não me cabe. Eu acho que a reflexão que vai ser feita é pelo eleitor exatamente pra que ele tenha essa liberdade. Eu sei que este ano é o ano da colheita, como eu falei. Este ano e o primeiro semestre do ano que vem, ele teria que fazer a colheita daquilo que ele...

TERRA TAVARES: Você acha que Laerte e Edemilson estão colhendo?

Então vamos ver, e neste tempo então eu mergulhei de cabeça nessas reflexões. Eu acho que a gente tem que discutir com muita calma, muita tranquilidade. Eu tenho refletido muito com a posse. Depois de toda essa história, na minha... hoje eu estou com 62 anos, nessa missão, se for outorgada, já tem de sobra esta reflexão, que eu não estou aqui pra brincar, e nós temos condições, eu não quero fazer análise nenhuma da gestão. O que eu tenho é análise do balanço, que eu estou esperando ardentemente a publicação em janeiro., o que eu quero é ver o balanço da nossa prefeitura. Eu quero entender como que está a questão. Inclusive ele teve uma vitória da LOA, tudo que ele quis a câmara deu; A minha relação com a câmara foi de uma oposição ferrenha. A câmara dele não foi empecilho para ele realizar o que ele sonhou, os planos. Eu tive uma oposição combativa, que junto com a rede social era ferrenha. Então tem toda uma construção de narrativa, que levou também ao povo refletir do jeito que refletiu na hora de votar. Eu tive de explicar um sofá que foi tema de debates, que está lá até hoje, que gerou pauta de rede social, vereador entrando e filmando e este sofá vai durar décadas lá ainda.

TERRA TAVARES: Mas o Prefeito Laerte afirmou que você deixou dívidas para o início da gestão dele...

Isso é uma discussão, eu também passei dois anos penando, mas os momentos, não adianta ficar reclamando. Agora, evidentemente, que eu não paguei a fatura de janeiro, né? Eu tinha que pagar, tinha alguma coisa, só faltava pagar antes de sair. Agora, que vai ser uma discussão boa, na hora certa, com os grupos todos, porque nós precisamos é ter a tranquilidade e refletir. O apelo é bom, mas eu tenho essa reflexão a fazer, tenho uma discussão com partidos, volto a insistir, 2024 é um norte bacana, que se ensejou, agora temos que ter prudência, e é por isso que eu quero discutir muito com estes jovens que estão fazendo política. Política são legados que você deixa, e não adianta a gente trabalhar com o fígado, é olhar para a frente e deixar uma história, que é isso que a gente quer fazer. Nós vamos enfrentar grandes desafios financeiros, as informações que me chegam é de sérios problemas, e torna o próximo ano muito mais perigoso.

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