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São Paulo: aplicativo do governo é instalado sem permissão em celulares de alunos

Aplicativo também foi inserido em aparelhos de pais e professores. Isso pode caracterizar invasão de privacidade.

Por Wellington Caposi em 12/08/2023 às 15:14:25

A Seduc (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) admitiu o erro e informou que já iniciou a desinstalação. Entre terça-feira, 8, e quarta-feira, 9, a Seduc instalou o aplicativo Minha Escola SP, sem nenhuma autorização nos celulares de professores e alunos de escolas estaduais. Lançado pelo governo do estado em 2018, o aplicativo permite a estudantes e seus responsáveis terem acesso a informações como as notas e as faltas registradas.

Não foram só professores e alunos os afetados pela onda de instalação indevida. Pais de estudantes vinculados a escolas estaduais de São Paulo também foram atingidos. Também há, no entanto, relatos de pessoas que afirmam não ter vínculo com a rede estadual de ensino ou que não usaram o telefone para acessar serviços da secretaria de educação e que também viram o aplicativo instalado em seus aparelhos.


O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp) destacou que foi procurado por grande quantidade de professores relatando o fato. A orientação era para que os servidores desinstalassem a ferramenta do celular

Em nota, a Seduc informa que apura o que houve, os Apps foram parar nos celulares de docentes e estudantes por um erro durante um teste com uma plataforma do Google que permite a instalação de programas remotamente. Disponível para download na Play Store para aparelhos que funcionem com Android, o Minha Escola SP, lançado em 2018, serve para estudantes e seus responsáveis acompanharem informações, como as notas do boletim escolar e as faltas.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo possui convênio com o Google para usar o Google Workspace for Education, plataforma com ferramentas interativas que podem ser usadas por servidores da secretaria que tenham e-mail institucional da secretaria. Esse servi inclui o que a empresa chama de "gerenciamento avançado de dispositivos móveis", que dá às organizações - a Seduc, nesse caso - o poder de gerenciamento remoto, incluindoi a possibilidade de instalar e remover aplicativos à distância. O Google afirmou não possuir "qualquer ingerência nos comandos escolhidos e implementados pelas instituições de ensino" que são "feitos pelos gestores, responsáveis pela administração da plataforma", no caso o governo do estado de São Paulo.

A empresa ainda ressaltou que "não participou do desenvolvimento, dos testes nem da instalação do aplicativo citado pela reportagem". Informou ainda que fornece documentação pública sobre a plataforma para orientar que "o administrador pode definir políticas de segurança no seu dispositivo para deixá-lo mais seguro e proteger os dados".


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