O ótimo é inimigo do bom. Política é a arte do possível. Fazer concessões é parte necessária de qualquer negociação. Todos esses bordões são conhecidos e verdadeiros. Mas também devemos tomar cuidado para não colocar a meta baixa demais. Na última sessão legislativa, terça-feira, 11, o vereador Cícero Landim voltou a cobrar da superintendência do SAAE Salto, uma necessária ampliação de ações preventivas, tais como ampliação de reservatórios, um tratamento mais eficiente e da conseqüente melhoria na distribuição.
"Falei da falta de ações e o superintendente foi com o vereador Fábio Jorge - somente com ele - mostrar o que está sendo feito", alertou Cícero. Nesse momento, o vereador Fábio Jorge solicitou um aparte e completou: "Foi eu que o levou". Com o que Cícero complementou: "Ele [o superintendente] tem que ter a decência para nos mostrar tudo que está sendo feito". O vereador Macaia, foi outro a cobrar o SAAE Salto e falou que a nova Barragem do Piraí não solucionará o abastecimento em Salto, como estão dizendo. "Tem que haver investimento e ações. E hoje o SAAE não tem essa capacidade de tratar, estocar e distribuir água", lamentou ele.
O que alguns vereadores não perceberam ainda, é que o problema não é o superintendente do SAAE Salto. Apenas ele é, como num jogo de xadrez, um dos peões que ficam protegendo o Rei e a Rainha. É certo que no jogo há ainda as Torres, o Bispo e os Cavalos. Mas quem decide mesmo se vai haver ou não investimento no SAAE Salto, serão sempre o Rei e a Rainha. Mais o rei do que a rainha. Os vereadores poderiam até criticar o atual superintendente pela sua falta de preparo técnico ou administrativo, mas nem isso seria coerente, pois se a escolha recaiu sobre ele, talvez foi por falta de opção do Rei e da Rainha. Portanto, não cobrem algo que não é de sua responsabilidade.
Assim, ao invés de convocarem o superintende do SAAE Salto para explicações que se resumem uma inércia de investimento no setor de captação, tratamento, reservação e distribuição de água, cá na terrinha, o melhor seria convocar o Rei e a Rainha para explicarem o real motivo dessa falta de investimento. Mas em vez de enfrentar os problemas com coragem, a solução parece ser sempre meia-boca ou paliativa. E invariavelmente, cai no colo dos contribuintes.
Pelo jogo que aí está, vejo que alguns vereadores, motivados pelo "toma lá da cá", querem "fritar" o novo superintendente. Até já ligaram a espiriteira e na frigideira, o óleo está sob aquecimento.
Pois é, a realidade é dura mesmo. E tem que ser...
Segue o enterro!
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CLAUDINEY BRAVO, é desgber gráfico, desenhista industrial, tecnólogo em projetos de tubulações e editor do TERRATAVARES.