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Cinco candidatos à vereador de Salto receberam auxílio emergencial

Os nomes foram divulgados pelo Tribunal de Contas da União, após cruzamento de dados junto ao Ministério da Cidadania

Por Wellington Caposi em 12/11/2020 às 12:40:55

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam que 5 candidatos a vereador em Salto, com patrimônio superior a R$ 300 mil reais teriam recebido o Auxílio Emergencial do Governo federal. O benefício é previsto para pessoas de baixa renda em virtude da pandemia do novo coronavírus e de acordo com o TCU foram solicitados via aplicativo e suspensos após esta averiguação. Os cinco candidatos de Salto com patrimônio superior a R$ 300 mil e que teriam recebido alguma parcela do auxílio, têm juntos mais de R$ 2 milhões de reais em bens declarados à Justiça Eleitoral.

De acordo com o TCU, estes casos configuram potenciais inclusões indevidas no benefício, já que há grandes chances de que a renda dessas pessoas seja incompatível com as regras do programa. O órgão ressalta que os resultados são apenas indícios de incompatibilidade e que há a possibilidade de erro de preenchimento pelos candidatos e eventuais fraudes com dados de terceiros.

A reportagem do TERRATAVARES procurou os candidatos para comentarem o assunto. A dra. Fernanda Batista (PMN) informou que não recebeu nenhum auxílio. "Tomei conhecimento do fato através de uma publicação no Facebook. No mesmo dia fiz a denúncia pelo portal da ouvidoria do TCU, entretanto, até o momento não responderam. Estou montando um processo contra o TCU e quero saber quem recebeu esse auxílio em meu nome". Já o candidato Valmir da Van Express (Republicanos) afirmou que recebeu o auxílio e em seguida não respondeu a nossas mensagens. Morumbi (Solidariedade) falou a nossa equipe que não poderia responder, pois se trata de fake news e, que o mesmo não é vereador e que ainda irá consultar o TCU. Os demais candidatos que não responderam ao nosso contato são: Zelito da Kombi (Solidariedade) e Cardoso Pneus (Avante).

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NOTA DA EDITORIA: Importante lembrar, que com exceção da dra. Fernanda, os demais são todos trabalhadores do comércio e de fato, como é de conhecimento geral, foram atingidos pela grave crise econômica que assolou e permanece em nosso país devido a pandemia.

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ANÁLISE

Para o cientista político Moacir de Freitas Júnior, à primeira vista, ver estes nomes em uma lista de beneficiários de um auxílio emergencial destinado aos que, por conta da pandemia, perderam ou tiveram prejudicada sua renda causa indignação, pois soa como se estas pessoas tivessem se aproveitado de uma situação dramática para "se dar bem". Entretanto, para Moacir, é preciso analisar caso a caso.

"Precisamos analisar caso a caso. Ao mesmo tempo em que pode haver nomes na lista que receberam o auxílio de modo indevido e tiraram proveito de algo que não lhes era cabido, deve haver aqueles que foram de fato afetados pela pandemia e precisaram do auxílio. Um exemplo: um indivíduo que tem uma casa, mas ficou sem renda durante o fechamento do comércio. Ele tem patrimônio, mas por ter ficado impedido de trabalhar, poderia receber o auxílio. Então, é preciso separar o joio do trigo e verificar, caso a caso, quem recebeu o auxílio de modo indevido e quem não. Que a Justiça se pronuncie, se for o caso e que o povo faça seu juízo, mas não com base no ódio pela política e pelos políticos, porque este é o caminho da injustiça", ressalta.

Ainda de acordo com Moacir, é possível e saudável que cada um analise as atitudes de seus candidatos e conclua se ele, a seu ver, não deveria ter aceito o auxílio (ainda que a lei autorizasse), mas olhando para cada caso, sem colocar no mesmo balaio os aproveitadores, os que deram um mau passo e os que, de fato, precisaram do auxílio.

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