Carnaval em Salto: Apesar do sucesso de público, há espaço para aprimoramentos.

É preciso entender que Carnaval é a maior festa popular do Brasil e que verbas para tal evento, são sempre definidas e pensadas dentro de um orçamento onde todos os setores da cidade são contemplados. Destinar verbas da cultura para a saúde, é e sempre será apenas uma atitude politiqueira, não fosse assim, não precisaria ter um orçamento discutido pelos vereadores – com emendas inclusive, e sim, apenas ir pagando contas conforme as necessidades fossem surgindo sem nenhum tipo de planejamento.

O local, pode não ser o mais adequado principalmente pela questão do Transporte Público, mas é o local que se tem. A cidade não contempla um espaço para eventos, tão prometido pela atual gestão, por gestões anteriores e que mais um ano não vai sair do papel.

A polêmica envolvendo a igreja, poderia de fato ser melhor trabalhada. Durante as festas de carnaval é natural que todas as denominações religiosas promovam seus encontros para aqueles que não desejam frequentar o carnaval. Apesar do discurso falar que a passarela do samba terminava antes da porta da igreja, seria impossível ter algum tipo de culto religioso naquele espaço com a aglomeração das pessoas na porta da igreja para baixo. Já que se comprou a briga, por qual razão não estendeu a sonorização, iluminação, arquibancadas, decoração até a esquina da dispersão, onde muitas pessoas se aglomeravam sem nenhum tipo de proteção ou divisão entre público e atrações.

A passarela precisa não apenas de gradis, mas toda uma ambientação para que o público presente interaja com o que ocorre nela. A escola de Samba Mocidade em seu desfile, cantou seu enredo apenas para a escola e no trecho que ela passava, já que não há som em todo o espaço do desfile, ficando os espectadores sem entender muito o que se canta e "apenas" olhando o desfile e perdendo a chance de cantar junto o Samba Enredo.

Os bonecões, sejamos sinceros, eles precisam de um cuidado maior. Muitos deles estão feios, apenas com retoques em cima de retoques. Por qual razão não aprimorar, fazer um intercâmbio em Olinda, descobrir novas técnicas, novos jeitos de se inovar junto aos elementos principais do carnaval de Salto. Não fosse os bonecões, teríamos apenas um carnaval igual o de tantas cidades e diante disto, por qual razão não valorizar este importante elemento cultural da cidade?

Necessário também que se crie uma área específica, sinalizada, para embarque e desembarque de carros de aplicativos. Não dá para contar com a sorte apenas de passageiros desembarcaram na Av. 9 de Julho. O planejamento deve levar em consideração este importante ponto, visto que centenas de paradas acontecem no acesso do espaço sem qualquer regramento.

Vivemos este ano, e com tendência de aumento para os demais anos, um calor durante o dia insuportável. A cidade contempla grandes espaços cobertos onde a matinê para as crianças poderia ocorrer confortavelmente, e não debaixo de um sol escaldante. Sendo na Barra, o Carnaval da Barra, não dá para ter um palquinho de 3x3 né? Um palco digno do espaço, com sonorização de qualidade, estrutura. Não dá para fazer e parecer que está de qualquer jeito – apesar de não estar e ser trabalhoso para a equipe, pequena, da cultura fazer e pensar em tudo. Mas a primeira vista, parece desleixo quando se depara pelo segundo ano seguido com um palco daquele na Barra.

Falar em números durante o Carnaval, é meio que chover no molhado. Sabemos que o povo adora uma festa e merece a festa e desta forma, vão mesmo. Os jovens em peso, as famílias, crianças todas vão para brincar e o governo ao ofertar tal oportunidade, precisa fazer valorizar o seu cidadão, dando a ele – o financiador do que ali ocorre, uma estrutura que o faça sentir que vale a pena tudo o que paga de imposto, que se tenha orgulho da cidade.

Multidão é sinal de que a ideia foi comprada, mas não foi mensurada – redes sociais e comentários de integrantes da gestão ou de grupo político não é o real. Sucesso de público sim, mas não dá para