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Vacinação contra a Covid-19 precisa ser mantida em dia e ampliada

Apesar de as vacinas terem possibilitado o fim da emergĂȘncia sanitĂĄria, as crianças que não foram levadas por seus responsĂĄveis para serem vacinadas.

Por Wellington Caposi em 05/05/2023 às 10:44:11

A vacinação teve papel determinante para que a Organização Mundial da SaĂșde (OMS) decretasse o fim da emergĂȘncia de saĂșde pĂșblica de importĂąncia internacional da covid-19, afirmam especialistas ouvidos. Para eles, com o encerramento do perĂ­odo mais crĂ­tico provocado pela doença, a imunização precisa ser mantida e ampliada, chegando a grupos ainda pouco protegidos pelos imunizantes, como as crianças. Integrante do comitĂȘ estratégico de especialistas em vacinação da OMS, a professora da Universidade Federal de GoiĂĄs, Cristiana Toscano, acompanhou de perto o desenvolvimento e a utilização das vacinas contra a Covid-19. Com o fim da emergĂȘncia sanitĂĄria, a infectologista considera que, além de lembrar que a doença não vai desaparecer, é preciso reforçar que a vacinação continua tendo importĂąncia.

"Estamos em uma situação que estĂĄ mudando para o que chamamos de rotina, mas a gente vai continuar vendo a circulação e a ocorrĂȘncia da doença. Vamos continuar precisando manter a vacinação em dia, principalmente nos grupos de maior risco", afirma Cristiana Toscano, também membro da Sociedade Brasileira de Imunizações, que ainda destaca que, por conta das vacinas, não se espera mais tantas mudanças do cenĂĄrio de transmissão do vĂ­rus e da doença, o que possibilitou o fim da emergĂȘncia sanitĂĄria, na Ășltima sexta-feira, 5. Mesmo assim, a circulação da variante Ômicron e suas subvariantes torna as doses de reforço indispensĂĄveis.

"Com a variante Ômicron e suas subvariantes derivadas, a gente precisa de trĂȘs doses, pelo menos, para ter a proteção contra a doença grave e morte. E, nos grupos de maior risco, a gente precisa de reforços periódicos, conforme as orientações especĂ­ficas para cada grupo", afirma ela.


Desde o inĂ­cio da vacinação contra a Covid-19, 13,3 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas em todo o mundo, segundo a OMS. No Brasil, mais de 514 milhões de doses foram aplicadas, segundo o Ministério da SaĂșde, e mais de 166 milhões de pessoas tomaram ao menos duas doses.

A coordenadora do Observatório de SaĂșde da InfĂąncia, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Arthur de SĂĄ Earp Neto (Unifase), PatrĂ­cia Boccolini, lembra que, apesar de as vacinas terem possibilitado o fim da emergĂȘncia sanitĂĄria, muitas pessoas foram privadas do acesso a elas em todo o mundo. Entre essa população, estão as crianças que não foram levadas por seus responsĂĄveis para serem vacinadas.

"Dados do próprio Observa InfĂąncia que a gente levantou mostram que a cobertura vacinal para crianças de 3 e 4 anos não chegou a 20%. A gente tem uma cobertura muito baixa para esse pĂșblico. E, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da SaĂșde, em 2022, a gente teve 550 mortes de crianças por Covid" diz PatrĂ­cia Boccolini, que ainda destaca que é preciso continuar e intensificar o esforço para que as vacinas cheguem a todos os paĂ­ses e a toda parcela da população dentro de cada paĂ­s, corrigindo as discrepĂąncias que existem atualmente.

"Temos que ter em mente que a mensagem do comitĂȘ é que os paĂ­ses continuem vacinando e continuem combatendo desinformação e fake news sobre vacinas, principalmente focados na covid-19. A gente vai conviver muito com o vĂ­rus. Não podemos deixar que as coberturas vacinais caiam e precisamos ampliar as coberturas vacinais das crianças menores de 5 anos".

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