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Governo do Amazonas sabia que oxigênio nos hospitais era insuficiente desde novembro

Segundo o relato de médicos, nesta semana, o estoque de oxigênio chegou a acabar nos hospitais de Manaus e pacientes morreram asfixiados

Por Wellington Caposi em 16/01/2021 às 15:06:38

A Secretaria de Saúde do Amazonas sabia desde novembro que a quantidade de oxigênio hospitalar disponível seria insuficiente para atender a alta demanda provocada pela pandemia de covid-19. De acordo com o projeto básico, que foi elaborado pela própria pasta, já se sabia sobre a necessidade de oxigênio desde o dia 23 de novembro. A White Martins informou que, se o contrato tivesse previsto um pedido maior na oportunidade, a empresa teria conseguido atendê-lo. O estoque de oxigênio chegou a acabar nos hospitais de Manaus e pacientes morreram asfixiados, segundo o relato de médicos para o jornal Estado de S. Paulo.

O contrato original para aquisição de gases medicinais do sistema de saúde é de 2016 e foi assinado com a White Martins, a principal fornecedora no Amazonas, com valor mensal informado de R$ 1,3 milhão. Em 2018, ainda antes da pandemia, a secretaria chegou a assinar dois aditivos que, juntos, representavam acréscimo de 3,1% do valor. Como o teto permitido é de até 25% (acumulado) em cada contrato, o Estado ainda tinha uma margem de 21,9% para adquirir insumos em 2020, sem a necessidade de abrir um novo processo de contratação. Segundo segundo o jornal, toda essa cota, no entanto, foi usada na última compra extra em novembro. Ao Estadão, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse que o consumo de oxigênio no Amazonas saltou de 14 mil para 30 mil m³ por dia durante o 1º pico da doença, ainda em 2020. Se o índice for considerado como referência, o volume extra contratado daria para abastecer o Estado por menos de duas semanas.

Nesta semana, o consumo estaria ainda maior: 76,5 mil m³ por dia e "com indicação de demanda crescente". Nesse cenário, o insumo contratado só duraria quatro dias.

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