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O Parque do Lago corre sério risco de perder seu principal atrativo: o lago

Fenômeno biológico chamado Eutrofização está provocando o desaparecimento gradual do lago. Recuperação demandaria investimento perto de R$ 2 milhões de reais.

Por Wellington Caposi em 17/05/2021 às 08:31:51

Muitos cidadãos ao visitarem o Parque do Lago questionam: "Onde está o lago?" A pergunta que tem uma resposta na falta de atenção para com o lago do Parque e no desprezo pela sua manutenção nos últimos 16 anos, fizeram com que o fenômeno biológico chamado "Eutrofização" contribuísse para o seu agora possível desaparecimento. Praticamente, hoje, todo ele está coberto com uma planta originária da América tropical - Alfaces D"Água (Pistia stratiotes) - também chamada de "erva de Santa Luzia". Essa espécie de vegetação aquática é rústica, pouco exigente e com rápida multiplicação - que se dá por separação de mudas -, geralmente em torno da planta-mãe, permitindo dessa forma tornar-se uma espécie de planta daninha aquática, sobretudo quando em mananciais ou lagos poluídos por matéria orgânica ou ainda em regiões quentes, como é o Parque do Lago.

De alguma forma ainda não identificada - a não ser durante o transbordamento do rio Tietê, em épocas de chuva - o lago do parque ainda recebe algum tipo de poluição orgânica, o que contribui para com a proliferação desse tipo de vegetação, se expandindo praticamente por toda a lâmina d"água do lago. Se fosse apenas isso, não seria tão grande. Uma simples retirada mecânica das plantas resolveria o problema. O fato é que em decorrência desse fenômeno de eutrofização e do constante assoreamento nos últimos anos, aumentou muito o acúmulo de matéria orgânica em seu fundo e o lago tornou-se cada vez mais raso. Essa tendência de desaparecimento do lago é irreversível, porém extremamente lento.


Atualmente, pode-se considerar que o lago é apenas um pântano ou simples brejo. No máximo existe uma lâmina de água com 10, 20 ou 30 centímetros de profundidade. Como acontece em outros parques da cidade, não há uma política de sustentabilidade. Com isso, quase nenhuma manutenção ocorreu desde sua inauguração para preservar o lago, culminando numa situação extremamente grave.

Recentemente, foi anunciado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que a CEM ADMINISTRADORA E PARTICIPAÇÕES LTDA. faria o serviço completo de retirada das plantas aquáticas, um acerto feito através de aditamento a um Termo de Compromisso de Recomposição Ambiental feito anteriormente entre as partes. Dessa forma, a empresa se comprometeu a retirar parte indicada pela prefeitura dessa vegetação aquática. Foi nesse momento que os gestores ambientais perceberam que o lago estava comprometido. Não é possível nem colocar um barco no lago para a retirada das Alfaces d"Água.

Para que o lago do Parque do Lago volte a ser um lago de verdade, provavelmente deverá haver um grande investimento - segundo informações colhidas pelo TERRATAVARES -, estimado na ordem de R$ 2 milhões de reais. Percebam aqui que o desprezo também custa muito dinheiro. O trabalho agora a ser executado começaria pela remoção das plantas e pelo necessário rebaixamento da calha do lago. Caso isso não seja realizado, a prefeitura teria necessariamente que pensar em outro nome para o parque, mesmo porque sem a retirada das plantas e do material sedimentado no fundo do lago, o corpo d"água pode desaparecer definitivamente em pouquíssimo tempo.

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