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Prefeitura fecha 3 adegas na Praça XV: retaliação ou ineficiência?

Interdição só aconteceu após repercussão do vídeo de agressão ao comerciante e clientes por agente da GCM

Por Tom Luiz em 29/11/2023 às 11:10:51

Na mais recente movimentação, a Prefeitura optou por fechar três adegas na Praça XV, justificando a decisão com a falta de licenças da Vigilância Sanitária. Essa medida, divulgada no Diário Oficial, surge de maneira coincidente com a viralização de um vídeo nas redes sociais, evidenciando uma ação agressiva da Guarda Civil Municipal (GCM) contra jovens em uma dessas adegas no último fim de semana.

O incidente provocou críticas entre os vereadores, que abriram discussões sobre o uso da Praça XV. Daniel Bertani, por exemplo, afirmou que uma residente local constantemente se queixa do barulho proveniente desse espaço, lembrando que uma fiscalização e multa foram aplicadas em março deste ano. Apesar da prefeitura negar qualquer relação entre o fechamento das adegas e a polêmica ação da GCM, a coincidência de datas levanta suspeitas de possíveis retaliações.

Contudo, a crítica mais incisiva volta-se para a própria Prefeitura. Os documentos de interdição revelam que as adegas operavam sem licença sanitária, algumas desde março de 2023 e outras desde novembro de 2022. Fica a pergunta: como as autoridades permitiram que esses estabelecimentos funcionassem por tanto tempo sem as devidas autorizações? A fiscalização parece ter falhado em assegurar o cumprimento das normas.


Fábio Jorge, ao abordar a questão do sossego, direcionou a discussão para o verdadeiro modelo de utilização da Praça XV. Ele argumenta que a falta de iluminação no entorno facilita práticas ilícitas, como o consumo de drogas e álcool por menores, sem fiscalização adequada. A crítica se estende à gestão municipal, que, em vez de lidar com esses problemas estruturais, parece preferir medidas punitivas contra os estabelecimentos.

Gideon, que anteriormente expressou concordância com a percepção de retaliação, e Cordeiro, que agora coloca em pauta a questão da saúde mental dos membros da GCM, acrescentam camadas à discussão. O questionamento do vereador Cordeiro levanta a importância de não apenas analisar as ações pontuais da GCM, mas também considerar o impacto psicológico dessas situações sobre os agentes.

É crucial destacar que, mesmo diante das críticas, os vereadores reconhecem a importância de separar a ação individual da GCM do restante da corporação. No entanto, isso não isenta a administração municipal de sua responsabilidade na gestão da ordem pública e na garantia de áreas públicas seguras e bem iluminadas para todos. O elogio à GCM não pode servir como desculpa para evitar uma análise mais profunda dos problemas estruturais e da eficácia das políticas públicas municipais.

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