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VOZ DO PREFEITO

Prefeito Laerte Sonsin Jr. avalia gestão, aponta desafios e cita avanços em 2022

Entrevista exclusiva realizada pelo TERRATAVARES


Prefeito recebe equipe do TERRATAVARES

Como de praxe, o TERRATAVARES conversou com o prefeito Laerte Sonsin Jr. a respeito de seu trabalho como Chefe do Executivo durante o ano de 2022, na Estância Turística de Salto. Perguntas diretas, abordagem jornalística.

Saúde, água, empregos, educação, cultura, esportes, transporte público foram alguns dos assuntos tratados neste bate-papo exclusivo.

TT: Prefeito, qual a tua avaliação geral do ano, seu segundo a frente da prefeitura, como foi?

LAERTE: Olha, 2022 foi muito melhor que 2021, não tenho a menor dúvida, não só pela situação muito mais controlada em termos de saúde pública, mas foi o ano que a gente conseguiu trabalhar, conseguiu fazer uma série de ações. Foi o ano que a gente pode destravar o governo. Vou citar um exemplo, a reforma administrativa. A reforma administrativa deu uma diferença enorme. Quem atua aqui dentro e uma parte significativa da população, aquela que não é comprometida com a oposição, digamos assim, percebeu que depois da reforma administrativa houve uma mudança substancial em termos de ações de governo, porque ela era realmente necessária. Não só a questão de cargos comissionados, né? Que tão, tão falado e tudo mais, do nosso caso bem tranquilo, mas os próprios concursados. A possibilidade de você contar com o corpo técnico mais numeroso, permitiu destravar uma série de projetos que hoje estão sendo colocados em prática, claro que ainda precisam ser tocados pra 2023, 2024, mas já foi possível você visualizar uma diferença muito grande. Então 2022 foi um ano mais tranquilo, né?

TT: O que seria este tranquilo?

LAERTE: Resolvemos alguns problemas estruturais. A própria gestão do hospital é algo que vinha se arrastando 2021 inteiro, nós tivemos uma dificuldade enorme pra conseguir colocar o hospital em funcionamento sem tantos sobressaltos. Foi possível licitar algumas, alguns serviços que estão iniciando agora, mas que vão zerar as filas de exames por exemplo. No setor de turismo, o próprio DADE a gente tem uma dificuldade muito grande pra conseguir apresentar toda a documentação, todos os projetos no DADE com a nova equipe foi possível zerar as pendências do DADE, tivemos todas os três pedidos nossos do DADE foram aprovados, vão ser licitados já no ano que vem. Então, graças a essa mudança dentro da gestão, a reforma administrativa, a solução do problema do hospital, avançamos muito na questão do abastecimento da cidade de Salto, né? Com algumas soluções que foram adotadas, né? A própria licitação da barragem nos dá um ânimo de melhorar ainda mais. Então foi possível você ver um 2022 muito mais produtivo. É um ano que a economia ajudou, mas é claro que graças a um trabalho intenso e interno da Prefeitura com diálogo constante com o empresariado, tivemos um ano muito bom de empregabilidade. O saldo positivo acumulado de empregos até agora não era visto desde 2012. Então o ano foi bom, mas a gente tem uma expectativa que 2023 será ainda melhor.

TT: Quando você ganhou a eleição, você sabe de quatro anos, deveria ter um planejamento "no primeiro ano a gente não faz isso, no segundo isso..." Segundo ano terminou, e o que estava nos planos mas não deu pra fazer por alguma questão e qual foi o principal acerto na tua visão?



LAERTE: Tá, algumas, algumas propostas que a gente imaginava que viriam em 2022, não se concretizaram. Eu cito como exemplo, essa é uma só pra citar um exemplo, o atendimento oncológico, o Centro de Atendimento Oncológico da população que vai sair em 2023, que eu gostaria que já estivesse em funcionamento este ano. É por conta exatamente dessas dificuldades técnicas, falta de mão de obra, a dedicação ao serviço, a gestão do hospital, isso consumiu muita energia, então a gente não conseguiu tirar do papel essa proposta do centro de atendimento oncológico. Algumas obras que talvez a gente tivesse de já ter concluído já, gente vai acabar levando para 2023. Eu cito como exemplo o Parque Rocha Moutonnée. A previsão é que fosse concluído agora em dezembro, mas a previsão agora é que seja em fevereiro de 2023 então você tem uma série de obras que eu gostaria de já ter entregue esse ano mas que em razão de tudo isso aquilo que eu falei, o resquício ainda desses problemas que nós enfrentamos e que foram resolvidos somente agora é que não permitiu que fossem concluídas ainda esse ano.

TT: E os acertos, quais?

LAERTE: Do ponto de vista de gestão com certeza a reforma administrativa, né? Conseguir implementar uma reforma administrativa foi realmente uma vitória.

TT: Era a reforma que você Prefeito, queria?

LAERTE: Ela foi trabalhada por várias mãos. Cada secretário opinou dentro daquilo que visualizava na sua secretaria. É claro que, agora com ela implementada, você percebe que algumas correções talvez sejam necessárias. Então eu vou citar um exemplo pontual: Nós precisaríamos, até nessa subdivisão das duas secretarias - Desenvolvimento Econômico e Turismo - você percebe que talvez a gente tivesse uma estrutura diferente. Mas isso só vai só foi percebido depois da implementação. Então é provável que no ano que vem a gente encaminhe um projeto de lei para a câmara, pra corrigir essas questões. Vou citar um exemplo bem pontual nós sentimos a falta de mais um contador dentro da reforma administrativa. Cargo concursado mesmo, pra elaboração de prestação de contas de convênio dentro da Secretaria de Turismo, por exemplo. São questões e são ajustes finos que precisam ser feitos, né? Que vão ser propostos pra Câmara de Vereadores em 2023, mas de um modo geral a reforma ela atendeu realmente as nossas expectativas, a gente percebe isso na prática, essa mudança do comportamento da máquina pública em razão desses novos profissionais, a gente percebe que ela realmente ela atendeu aquilo que a gente imaginava.

TT: Na educação, o Sistema SESI, qual tua avaliação deste período? A questão das creches paradas? Como é que está esse imbróglio na área da educação da cidade, com multa, ministério público?

LAERTE: Em termos de avaliação do sistema SESI ainda é muito cedo
pra você ter uma avaliação empírica. Mas fica muito evidente inclusive os próprios professores estão muito satisfeitos. A área pedagógica da educação está muito contente, muito satisfeitos e os próprios alunos. Você percebe um resultado favorável, sabe que muito do que tá sendo realizado hoje só vai sentir o reflexo daqui dois, três anos, quatro anos. Mas a gente está muito satisfeito em relação a isso. Com relação as creches, na verdade nós tínhamos a creche do Laguna, que agora está em fase de final de correção do projeto para que a gente possa efetivamente licitar. A Creche do Fabri, tem a licitação já prevista para dezembro. A compra da casa lá do Jardim das Nações para ser uma creche, vai inaugurar já no começo de janeiro e ainda existe alguns projetos que estão sendo gestados internamente, que talvez já no primeiro semestre (...)

TT: E este gestar, resolve o problema da falta de vagas, da TAC?

LAERTE: A cobrança da multa foi suspensa, o próprio Ministério Público compreendeu esse esforço que o município está fazendo pra zerar. É difícil quando a gente fala imaginando a o histórico do TAC. O TAC ele já veio de gestões anteriores, tiveram alterações e agora está sendo exigido, mas você não constrói uma creche em uma semana, você precisa de todo um esforço pra conseguir entregar uma creche. Mas a gente acredita que já no começo do ano que vem a gente consiga zerar essa fila de creche finalmente aqui na cidade de Salto e aí sim você consegue eliminar o TAC.

TT: É um discurso recorrente do teu governo que na saúde houve uma melhora. A gente pode tratar isso quando se fala de hospital em razão de ter uma agora uma OS estabelecida, que dá tranquilidade. Porém sabemos que a relação em posto de saúde, ela é muito diferente ela é muito diferente. A gente tem ainda a questão da demora da marcação das consultas, uma questão que sempre foi debatida por membros do teu governo era a questão da publicidade dos horários dos médicos nos postos, que até hoje não acontece, né? Como que fica a saúde tirando um pouco o a questão do hospital, mas teu olhar a respeito dos postos de saúde?

LAERTE: Vencido essa grande demanda que foi a gestão do hospital, que como eu disse exige um esforço enorme da Secretaria de Saúde, tem agora uma tranquilidade pra dedicar as unidades básicas de saúde. Nós sabemos que existe um atraso, uma demora na marcação de consultas. Nós temos uma meta estabelecida de reduzir esse tempo de espera, essa é a primeira meta nossa, reduzir esse tempo de espera em trinta dias, tá? Pra depois até reduzir ainda mais. Se você for considerar que nem a iniciativa privada hoje você tem consulta pra trinta dias, percebe que já é um ganho para a cidade de Salto. Agora, é tudo se você reparar toda essa problemática da saúde, das unidades básicas de saúde. Ela dependia, por exemplo, de mão de obra que só foram preenchidas agora com o concurso público. Então, novos médicos foram levados até as unidades básicas de saúde, a reforma administrativa, por exemplo, que permitiu você estabelecer que cada unidade básica de saúde tenha um gestor responsável. Esse gestor é que vai fazer esse controle da qualidade no atendimento de saúde, inclusive se ele não atender as expectativas ele pode ser substituído, algo que não existia antes. Então assim, você percebe que são, são questões que não dá pra você resolver de uma hora pra outra, sem que você tenha essa mão de obra, sem que tivesse o concurso, sem que você tivesse a reforma administrativa implementada. Mas mesmo assim, muito se avançou.


TT: Onde está o avanço?

LAERTE: Nós tínhamos, por exemplo, demandas de exames que estão sendo zerados, vou citar um exemplo: a ressonância A ressonância que nós tínhamos demandas desde 2015, uma situação que só piorou em 2021 por conta da pandemia, até a metade desse ano foram mais de mil exames realizados nós zeramos a fila em 2015,2016,2017 e agora nós estamos atacando a fila de 2018.

TT: E os médicos para avaliar estes exames?

LAERTE: São esses profissionais que estão entrando na rede agora, os especialistas que também foram contratados no concurso público. Então você percebe que é um conjunto, é uma é uma engrenagem que ela precisa ainda precisa ser melhor ajustada. Então não adianta ter todos os exames realizados se não tiver um médico que vai atender, assim como também não adianta o médico, ser a primeira consulta a ser realizado dentro de trinta dias se o retorno demora três meses por exemplo. Mas são situações que a gente só vai conseguir ir encaixando aos poucos até chegar no satisfatório. Então, com os novos profissionais chegando, com a fila de exames sendo reduzida, com o hospital fazendo cirurgias em um número muito maior do que se realizava antes por conta do novo contrato de gestão, a tendência é que essa fila que foi consolidada antes até de 2021, já era uma fila já existente, uma demanda já existente, mas que aumentou ainda mais por conta da pandemia, você vai aos pouquinhos vai reduzindo. Então a tendência é que já no começo de 2023, essa fila de espera já seja minúscula.

TT: Especialidades médicas é o grande gargalo para se contratar, não é? Tem sido ultimamente. Eu venho falando de cardiologista há anos.

LAERTE: Sim, sempre foi um problema, mas imagina como ficou o problema, durante a pandemia. Porque durante a pandemia o profissional médico passou a ser um profissional extremamente requisitado. Tem muitos médicos que migram para o setor privado, para um hospital de alto padrão que acaba pagando o dobro, porque eles precisam de profissionais lá. Então, muitas vezes o coordenador aqui do hospital, ele contava mais muito mais com a amizade do que com o valor. Porque o valor é tabelado, você não consegue triplicar o valor. Precisa ver se como que vai ser o sentido contrário, agora com a redução da pandemia, como que isso vai funcionar. Mas é complexo por quê? Primeiro que isso é algo que a gente vai ainda acertar no município, existe uma demanda por remuneração melhores cargos e salários. Mas não é só isso. Nós temos médicos dos mais diversos dentro da rede municipal, que foram contratados pelos mais diferentes regimes jurídicos. Então você tem médicos que são horistas, tem médicos que atendem por preço fixo, tem médico que atende carga horária fixa, tem médico que atende por demanda. Ao longo dos anos foram criando sistemáticas, né? E hoje é difícil você gerir isso. É você conseguir fazer uma gestão de diversos profissionais, com diversas modalidades de remuneração, não é algo simples, né? São questões que precisam realmente ser resolvidas.

TT: O governo do estado agora muda de mãos. Como você vislumbrando a relação com a nova equipe, com o governador? Pois Salto é uma cidade que ainda é muito importante os repasses de recursos.

LAERTE: Nós temos grandes meios de contato mesmo com o Governo que vai assumir, já estivemos em reunião presencial com não só com o Governador que vai assumir, mas também com o seu staff, com aqueles que estão hoje, inclusive, no comando da transição. Então, a gente tem essa facilidade de acesso ao futuro governo. É claro que a gente só vai conseguir ter uma visão clara a hora que todos os secretários estiverem ocupando suas pastas. Mas de modo geral, até agora, a gente percebe que tá tranquilo. O Governador sabe que existe salto, tanto que ele sempre cita Salto em todas as entrevistas, ele citava a cidade por conta do problema hídrico. Então se tem uma cidade que ele conhece com certeza é Salto. Isso é muito importante porque a hora que você chega pra conversar com o governador e diz pra ele, olha, precisamos resolver um problema X na cidade de Salto, ele sabe que aquele problema já existe e que ele vai conseguir agilizar, não vou precisar apresentar a cidade pra ele.

TT: O empréstimo de R$ 21 milhões para o asfalto. Foi aprovado, foi, mas até agora não saiu.

LAERTE: Não, mas está liberado já. Vai licitar, está entrando em licitação, vai licitar logo no começo do ano.

TT: Quando o recurso será aplicado?

LAERTE: É que licitação desse porte, ela é complexa. Mas acho que no ano que vem se conclui. Todos os vinte milhões. Já começa a asfaltar, pavimentar naturalmente março, abril já está pavimentando.

TT: Eu quero falar sobre a questão do transporte público. Acho que o teu governo é o governo que mais vai pegar situações envolvendo transporte público: Cobrança de reequilíbrio financeiro, troca de comando na empresa e agora discussão de subsídio para a tarifa. Como você enxerga o futuro do transporte público na cidade?

LAERTE: Bom, são vários passos que precisam ser seguidos. Eu acho que essa questão do subsídio, até pra fazer justiça não começou com o atual gestor né? Esse foi um diálogo sempre constante com o antigo gestor inclusive. O problema é que na época você não encontrava, não existia, até por uma limitação legal, não tinha um meio jurídico pra você implementar, não é apenas jurídico, né? Você tem a questão orçamentária, você tem uma questão de estudo de base, você tem que fazer toda uma avaliação, então todos esses aspectos eles já vinham sendo discutidos, é claro que ganharam maior peso com o atual gestor, porque o atual gestor veio pra ter lucro, assim como o antigo, mas obviamente ele veio pra cidade, o antigo já estava aí quando aconteceu o problema, o atual veio exatamente pra resolver o problema. Já foi encaminhado para a câmara uma alteração da lei orgânica, foi aprovado em primeira votação, haverá uma segunda votação agora na próxima semana.

TT: O subsídio depende de aprovação dos vereadores, caso seja vetado, como fica o transporte em Salto?

LAERTE: Vamos citar um exemplo, a cidade vizinha de Indaiatuba. Se a cidade vizinha de Indaiatuba não subsidiasse o transporte, o preço do passe do ônibus Indaiatuba seria R$ 9,50. Hoje eles pagam R$ 4,10 se eu não me engano por conta do subsídio, que lá é autorizado. São Paulo é assim. Todas as cidades praticamente são assim. Então fica a discussão aqui em Salto. Vamos supor que não seja permitido o subsídio. Qual vai ser a saída? Cobrar R$ 9,50, R$ 8,50 do cidadão? Isso é inviável, isso é impraticável. Deixar a empresa no prejuízo de todo mês? Porque se não houver o aporte financeiro do valor da passagem, como que a empresa vai pagar as suas despesas com o que arrecada de passagem. Como que ela vai puxar? Vai ter um prejuízo mensal? A empresa vai continuar tendo um prejuízo mensal? Como que ela vai resolver isso? Ela vai entrar com uma ação judicial contra o município São assuntos que na minha opinião o mais importante, a minha preocupação não é a empresa, não é eh o a minha a minha preocupação é o cidadão e se a empresa resolver parar o transporte público da cidade, se ela resolver tirar o número de ônibus, por exemplo?

Vamos lá, a gente tem que parar, isso é muito importante, parar com discussão politiqueira, que que é discussão politiqueira? É um político chegar e começar a discutir essa questão, dizendo que, olha, a empresa sempre ganhou dinheiro na cidade, agora chegou na hora de contribuir, parar com essa discussão política e entrar no assunto, nós precisamos de uma solução! Vamos supor que a empresa não ganhe dinheiro, mas não tenha prejuízo, tudo bem, ela tá tocando, um dia ela pode ganhar, achar alternativas pra ter um lucro. E quando a empresa tá tendo prejuízo mensal? A estimativa é de prejuízo de um milhão de reais por mês. A empresa de ônibus, segundo informações que elas nos passaram, tá tendo um prejuízo de mais de um milhão de reais todo mês. Ainda que o empresário que assumiu, ela é uma grande empresa, tá conseguindo bancar, por isso, inclusive que o antigo gestor não aguentou, né?

TT: O município tem condições de subsidiar o serviço? Tirar do caixa municipal R$ 12 milhões por ano?

LAERTE: Hoje tem, hoje nós conseguimos achar um espaço pro orçamento que permite subsidiar o transporte. Vai ser vantajoso pra população? Eu entendo que sim, inclusive a nossa proposta é de reduzir o preço da passagem com esse subsídio e vai permitir inclusive que com o caixa equilibrado da empresa eu posso exigir da empresa que o ônibus seja mais novo, que o ar condicionado funcione, que ele siga os horários, os itinerários, enfim.

TT: Como é que na tua visão está ainda nas concessionárias, Salto por ser uma cidade pequena, sempre houve muito mitos sobre concessionárias, né? Temos um problema ainda com a última concessionária da Zona Azul. Como que tá hoje essa questão?

LAERTE: Em relação a roda vaga, a questão segue na justiça. Inclusive às vezes eu recebo questionamento, "ah quando que a Prefeitura vai devolver o dinheiro?" Eh então assim, de um modo geral eh eh o município não tem esse dinheiro, o município não segurou esse dinheiro, o dinheiro foi com a empresa, aliás, pelo contrário, a empresa deve pro município mais de um milhão de reais que estão sendo cobrados na justiça, inclusive não havia repasse pra não passava pro município que era preciso, por isso inclusive que o município era obrigado a rescindir, porque se não rescindi o Tribunal de Contas vem e questiona porque que não rescindiu.

TT: A licitação está aberta, certo?

LAERTE: Está aberta, não será concessão, uma decisão que nós tomamos aqui não haverá concessão do serviço de estacionamento rotativo, será em forma de prestação de serviço: licitando a contratação de uma empresa que vai prestar o serviço da fiscalização, do monitoramento. A prefeitura vai pagar por esse serviço e a arrecadação será da prefeitura. Então a prefeitura tem condições com arrecadação. A fiscalização será feita através de veículos digitalizados, que permite com que uma viatura, um carro circulando, ele consiga fazer a fiscalização e tudo mais.

TT: Indo para outro assunto, vamos falar sobre a questão da empregabilidade, né? Realmente tem batidos bons números, só que ainda nós não vemos grandes empresas vindo para a cidade. Não é nossa vocação?

LAERTE: Eu vou até esclarecer essa sua pergunta. Indaiatuba é o que é hoje porque fez um planejamento de longo prazo. Ninguém fala que Indaiatuba é o que é hoje porque começou um trabalho há cinco anos ou há dez anos, não. Isso é um trabalho da década. Esse é um trabalho da década de oitenta com o prefeito chamado Klein Ferrari. Klein Ferrari começou a fazer a planejar em Indaiatuba que seria dos próximos vinte, trinta anos.

TT: Hoje sentado na cadeira de Prefeito Municipal, existe algo na sua visão que foi planejado em Salto?

LAERTE: Na minha gestão sim, não tem menor dúvida, vou citar um exemplo, essa lei de incentivos fiscais que foi aprovada - que não é uma lei de incentivo simples, é uma lei complexa, é uma é uma lei inclusive que ela foi elogiada em diversos municípios. Uma lei que vai trazer uma vantagem muito grande para você atrair empreendimentos para nossa cidade. Uma outra questão que a gente vê também, a gente acompanhou alguns anos passados uma grande indústria automobilística que queria se instalar aqui na nossa cidade e não conseguiu porque não tinha um parque fabril, né? É uma falha, Salto tem esse problema, tinha este problema você precisa ter esses espaços, isso a gente já está planejando. Então, isso daí também um empreendimento industrial dessa natureza que comporte esse tipo de empreendimento (...)

TT: Nós não temos esse local em Salto!

LAERTE: Ainda não. Nós teremos. Tá? Só pra concluir, então você percebe que são soluções que precisam ser adotadas de longo prazo e é uma pena que não se preocupou com isso lá atrás.

TT: Então daqui a vinte anos, do que vamos falar assim "poxa, se o Laerte não tivesse feito isso..."?

LAERTE: Daqui vinte anos vai ter um parque fabril muito produtivo para gerar empregos e receitas para o município de Salto. E vou fazer um apêndice aí. Nunca se investiu tantos recursos do DADE em atividades turísticas que tragam turistas e renda. Utilizava esse recurso para asfaltar. Hoje não, hoje nós estamos investindo o recurso do DADE para equipamentos turísticos para atrair. Então a ideia é você trabalhar nos diversos nichos porque, hoje por exemplo a gente fala da vocação de Salto. Salto é uma cidade industrial? Já deixou de ser há um bom tempo. E se você for analisar as mesmas grandes cidades em tidas como industriais, a vocação já não é mais indústria, não se traz mais indústria de três mil empregos. Você precisa atrair indústrias que paguem bem. O salário bom ele gera uma cadeia produtiva fantástica. Então veja que é uma mudança de paradigma, não é apenas trazer uma indústria de mil empregos, a gente tem que se preocupar com uma indústria que pague bem e que acabe gerando na cadeia produtiva mais empregos.

TT: E nós vamos ter o nosso centro de eventos quando prefeito?

LAERTE: Sim, vai sair...

TT: Ano que vem ou não?

LAERTE: Acho que não. O problema é o seguinte, houve uma mudança de pensamento nesses dois anos, acho que é importante até a gente esclarecer isso. Num primeiro momento, nós já tínhamos ideia da onde a gente instalaria um centro de eventos, por experiências não só da nossa cidade, constatou-se que no local onde se pretendia realizar o centro de eventos não é o mais adequado. Você realmente precisa de um centro de eventos num local um pouco mais afastado, que você possa colocar um rodeio, um show de grande porte que não vá trazer problemas de trânsito, de vizinhança e tudo mais. Então em razão dessa mudança de pensamento que foi decorrente até de experiências de outras cidades é que estamos agora buscando um novo espaço, uma nova área onde será construído o centro de eventos. Cravar 2023 é difícil porque a ideia é fazer um centro de eventos de grande porte e talvez isso emperre exatamente na questão construtiva. Talvez não se dê tempo de construir, mas o objetivo é ter esse centro de eventos inaugurado ainda em 2023. O objetivo é esse, vamos trabalhar para isso.

TT: Como que você avalia as mudanças nos conceitos de alguns eventos culturais e festivos, exemplo a Ítalo, Paixão de Cristo, Natal, etc? Como é que você projeta esses próximos dois anos ainda

LAERTE: É uma mudança de paradigma que que foi implementado isso fica muito claro até pelos eventos que foram realizados é que muito do que foi realizado foi consequência ao reflexo daquilo que foi conversado com os próprios com o próprio meio artístico. Então, quando você, por exemplo, trabalha, por exemplo, nossa mostra de teatro, ela foi trabalhada conversando, dialogando com todos os setores teatrais. Então talvez, não é uma questão de comparação, mas talvez isso possa até causar uma certa estranheza, mas antigamente se fazia muito de "eu vou fazer isso, pronto e acabou". Isso não ocorre mais. Então por isso que a gente tem incentivado muito mais a participação do artista local, é por isso que a gente tem incentivado muito mais as parcerias, isso acho que foi um ganho enorme pra cidade de Salto, as parcerias elas trouxeram uma economia de investimento enorme em eventos que antigamente custavam a centenas de milhares de reais, hoje custa muito pouco para os cofres públicos, mas é claro que a ideia é que essa esses próximos dois anos a gente consiga ter mais eventos, retorno de um Carnaval forte. Vamos ter o debate, obviamente, da Paixão de Cristo se será indoor ou outdoor, mas quem vai decidir isso são os próprios artistas.

TT: Finalizando nossa conversa, temos uma nova mesa diretora na Câmara Municipal basicamente oposicionista. Como é que pretende tratar essa relação agora?

LAERTE: Olha se você olhar o histórico dos últimos dois anos da Câmara Municipal situação e oposição é algo não dá pra você cravar. Eu tenho vereadores hoje que apoiam a gestão, que foram em tese oposicionistas e tenho vereadores que foram da situação e que hoje são críticos ao governo.
Então a gente entende que essa transição, se a situação ou se é oposição, continuará sendo resolvida da mesma forma que nós resolvemos até hoje, com muito diálogo. Uma preocupação constante que a gente tem é a independência da Câmara Municipal, a independência da atuação dos vereadores que às vezes eu posso até pagar um preço alto por isso exatamente pela pelo fato de eu ter gente vereador que em tese estaria conosco, mas que seja crítico né? Mas isso daí faz parte da democracia, a gente não tem essa preocupação, a preocupação fundamental é que os projetos importantes de interesse da cidade avancem, é isso que a gente tem. Então quando a gente apresenta pra Câmara de Vereadores um projeto, que vai ao encontro do interesse da população, do cidadão, como é o caso por exemplo do projeto de lei que provavelmente permita o subsídio do transporte público a proposta é que isso seja apresentado pra câmara, apresentadas vantagens, mas respeitando a decisão dos vereadores.

Nós temos hoje uma característica de comunicação entre Legislativo e Executivo que nunca se viu na cidade de Salto. Eu desafio ao me apontarem quando que os secretários municipais atenderam ao convite da Câmara de Vereadores para debater a lei orçamentária por exemplo, ou assuntos específicos como o próprio Investe Salto que tivemos vários secretários lá à disposição. Então essa mudança de paradigma que no primeiro momento talvez possa causar estranheza, principalmente por conta da política que até então reinava, a gente entende que ela é favorável a cidade de Salto. Então eu não vejo por exemplo a composição da mesa seja prejudicial porque é composta por oposicionista, porquê de um modo geral você tem lá 11 vereadores que dialogam abertamente com o poder executivo e o poder executivo sempre estará à disposição o legislativo. O mais importante é que eu sou, independente de prefeito e eles vereadores, eu sou amigo de todos os vereadores aqui da cidade de Salto.

TT: Você era muito criticado por não estar tanto na rua. Você reconhece as críticas? E você acha que elas são válidas?

LAERTE: São válidas. Exatamente eu não estava na rua porque eu não tinha equipe, então muitos dos processos eram atuados, trabalhados diretamente pelas minhas mãos. Eu era obrigado a pegar um processo por exemplo, entender o processo, pesquisar, despachar. Eu fiz despachos. Cheguei até dar parecer dentro da minha competência de prefeito, por falta de uma assessoria técnica que não permitia com que eu saísse do gabinete. Com a reforma administrativa isso ficou muito mais tranquilo. Hoje eu tenho uma equipe capaz me assessorar tecnicamente e fez com que eu tivesse mais tempo pra estar mais na rua, que é o que tem constatado. A tendência é que no ano que vem seja ainda mais contundente, por quê? Porque a equipe está sendo montada ainda concursados faz pouco mais de um mês só que começaram. Os comissionados alguns, nem foram nomeados. Então a equipe ela está em formação, o processo de formatação da assessoria ainda está andando, mas a tendência é que cada vez mais esteja mais presente na rua. Então a minha ausência muito criticada, primeiro é deixar muito claro, não significa que eu não estivesse trabalhando. Isso é muito claro. Segundo não quer dizer que eu não estava na rua, eu estive na rua sim e muitas vezes. Talvez não com a quantidade ou a frequência eu gostaria ou desejasse, mas sim eu estava na rua conversando com muitas pessoas e a tendência é que a partir do momento que esse novo staff esteja disponível aqui na Prefeitura me assessorando, eu tenha mais tempo para conversar com a população mais diretamente.

TT: E a polêmica nota 9. Mantém?

LAERTE: Mas eu reafirmo nove, porque 10, só pra Deus. Por que nove? Porque diante de todas as dificuldades muito foi realizada. Muito foi realizado. No ano passado a justificativa foi de que apesar de todos os problemas, apesar da pandemia, apesar da maior crise hídrica dos últimos cem anos, apesar dos problemas orçamentários nós não tínhamos orçamento pra executar uma série de ações no município a administração funcionou como tinha que funcionar, né? Que talvez não tivéssemos avançado de alguns projetos, mas o serviço público não deixou de ser prestado, a população teve atendimento de saúde, apesar das dificuldades teve o abastecimento de água, coleta de lixo continuou realizada, a educação foi prestada ainda que à distância, mas nós tivemos a cultura, teve a sua participação, o esporte teve a sua participação, ação social, uma ação pujante numa época tão difícil como aquela, mas a gente gostaria de ter executado muito mais. Mas diante de todas aquelas circunstâncias eu não tinha como dar outra nota.

Esse ano já foi possível você realizar uma série de ações. Então apesar de todas as dificuldades a reforma administrativa só foi concretizada agora no segundo semestre, nós ainda estamos contratando as novas equipes, teremos ainda uma segunda leva de concursos que vai preencher os novos cargos que foram criados pra dar efetividade a cada estrutura nova que foi montada, nós temos agora os novos profissionais concursados assumindo a sua as suas posições, mas apesar de todas essas dificuldades, muito foi realizada esse ano, tivemos um ano muito bacana, muito produtivo. Avançamos muito no abastecimento de água, ter um gestor definitivo no hospital, zeramos algumas filas de exames, vamos zerar outras, a área cultural foi muito rica na nossa cidade, ação social executou atividades fantásticas, o turismo avançou bastante, a nova secretaria de desenvolvimento econômico com diversas ações. O esporte, o que teve de atividade esportiva esse ano foi algo espetacular. Enfim, as ações realmente elas foram acontecendo esse ano. Por ano que vem será ainda muito melhor, por isso a nota 9.

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