Nesses quatro primeiros meses de 2021, o índice pluviométrico (volume de chuvas) aqui em Salto ficou muito abaixo da média histórica de 610 mm, com um resultado de 401 mm, ou seja, choveu 34% a menos que nos anos anteriores. O número é inferior ao de 2014 quando foi registrada a maior estiagem no estado de São Paulo com precipitação de 446,5 mm no mesmo período. Os mananciais que já sofreram com a seca do ano passado, ainda não conseguiram se recuperar. Alie-se a esses dados o desmatamento irresponsável da mata ciliar dos corpos hídricos que abastecem nossa cidade.
Segundo previsão climatológica divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os meses de maio, junho, julho e agosto têm cerca de 70% de chuvas abaixo da normalidade histórica, com uma soma de 190 mm. Isso vai demonstrar que 2021 será um ano com uma das piores estiagens já enfrentadas, ainda sob a influência do "La Niña".
O Consórcio Intermunicipal dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí têm alertado sobre a escassez de chuvas, a baixa recuperação dos mananciais em toda a região e também a necessária importância da conscientização da população quanto ao uso consciente da água. O prefeito de Salto, Laerte Sonsin Jr., também afirmou em live nas redes sociais, que a situação das duas principais barragens para captação de água na cidade são preocupantes. Segundo ele, tanto a do ribeirão Piraí quanto a do ribeirão Buru, estariam com níveis de água abaixo do normal. Contribui para essa anormalidade, a linha de adução da Fazenda Conceição que está obsoleta, o açude assoreado e não chega uma gota de água sequer à Estação de Tratamento de Água Bela Vista.
"Vivemos uma época de frio onde o consumo de água é menor, só que por outro lado, temos o problema da estiagem. Isso está provocando a redução do nível de água nas barragens do ribeirão Pirai. O nível da barragem está baixo e nem atinge o topo da barragem, o que seria natural nessa época do ano", destacou Laerte. "Existe uma preocupação por conta desse período sem chuvas e isso provocou uma redução em nossa capacidade de captação", completou: "Precisamos continuar com as medidas de combate ao desperdício. Evitar varrer a rua com mangueira, evitar lavar o carro de forma desnecessária, não deixar a torneira aberta, enfim, tudo aquilo que estamos cansados de saber. Precisamos promover medidas que vão reduzir o consumo de água".
Média dos últimos anos mostra um máximo de 15 dias com chuvas fracas, espaçados nos próximos 120 dias.
O superintendente do Saae Salto (Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Salto), Ernivam Balieiro, afirma que "a autarquia está tomando todas as precauções ao alcance e necessárias para enfrentar a estiagem, mas é preciso que a população também faça a sua parte. O uso consciente da água nesses períodos é de extrema importância. Continuamos a executar investimentos para melhorar e ampliar nossos serviços de forma constante, mas o apoio de cada cidadão também é importante neste momento", comentou ele.
Ações simples adotadas no dia-a-dia que contribuem para o uso racional da água:
Campanhas para a economia estão sendo feitas por todos, e, por isso, separamos as melhores dicas para reduzir o consumo de água e tentar diminuir (e a sua conta também!). Afinal, não se trata apenas de um gasto: água tratada é um recurso hídrico cada vez mais escasso, e quanto mais hábitos de redução você já tiver adotado, mais fácil será para você e o planeta. Confira essas 10 dicas: