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Chefe do PCC preso em Salto

"Dino" foi preso por policiais civis da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que estiveram na cidade para realizar a prisão.

Por Wellington Caposi em 10/05/2021 às 16:34:18
A coletiva sobre a prisão de Dino aconteceu na manhã desta segunda-feira, 10

A coletiva sobre a prisão de Dino aconteceu na manhã desta segunda-feira, 10

Paulo Diego da Silva Araújo, o "Dino" ou "Universitário", de 38 anos, um dos homens mais procurados do Ceará, foi preso no último domingo, 9, aqui em Salto, numa operação da Polícia Civil cearense. Ele foi responsável, além de outros crimes, por colocar um carro-bomba ao lado da Assembleia Legislativa de Fortaleza em 2016 como retaliação ao plano de instalar bloqueadores de sinais de celular em volta dos presídios. Além desta acusação, que foi comprovada segundo Sandro Caron, secretário da Segurança Pública do Ceará, Dino já responde a nove procedimentos policiais pelos crimes de roubo, roubo de carga, crime contra a fé pública, direção criminosa, furto qualificado e estelionato. O suspeito já responde a nove procedimentos policiais pelos crimes de roubo, roubo de carga, crime contra a fé pública, direção criminosa, furto qualificado, estelionato, além de integrar organização criminosa. Ele foi incluído na Lista de Recompensas da SSPDS em março de 2021. Segundo a Polícia, é considerado chefe de uma organização criminosa com atuação em Fortaleza e aA recompensa por informações que levassem a localização do suspeito era de R$ 7 mil reais.

"Ele estava morando em um condomínio de luxo, tomando todas as precauções que um criminoso da experiência dele costuma tomar. Mas um trabalho muito intenso de investigação e Inteligência da Polícia Civil permitiu que ele fosse localizado", afirmou Caron. "Ele tinha uma atuação de muitos anos no tráfico internacional de drogas, integrava uma facção paulista que se instalou no estado e era a grande liderança dessa facção aqui no Ceará. Tinha antecedentes também por roubo", complementou. Paulo Diego da Silva Araújo foi preso em Salto, onde morava desde 2019, por policiais civis da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Ceará. Na abordagem, ele tentou fugir, mas foi contido pelos policiais.

HISTÓRICO DE CRIMES


Paulo Diego da Silva Araújo, o "Dino" ou "Universitário", de 38 anos, um dos homens mais procurados do Ceará

Além do envolvimento com narcotráfico, o homem teria participado de ataques contra o patrimônio público e privado, incluindo a onda de ataques que deixou um carro bomba em frente à Assembleia Legislativa, em 2016. Na época, não só Fortaleza, como outras regiões do Ceará, registraram duas semanas, entre 5 e 17 de abril, de terror com ataques constantes. Três ônibus, três antenas de telefonia, a Câmara Municipal e o Quartel da PM de Sobral, uma viatura da PM e a base do programa Crack, é Possível Vencer, no bairro Genibaú, também foram alvos. Durante ataque a ônibus, em Pacatuba, um motorista teve 70% do corpo queimado. Cinco motocicletas na Delegacia de Itapajé e a cabine da PM, no Centro de Fortaleza, foram incendiadas. Houve ainda duas ameaças, com informações falsas de bomba no Fórum Clóvis Beviláqua e na empresa de teleatendimento Contax. O governador Camilo Santana (PT) revelou que foi ameaçado de morte, anonimamente, por facções.

Na época, estava em pauta a instalação de bloqueadores de sinais de telefonia móvel em volta dos presídios. A participação de Dino nos ataques foi confirmada pelo atual titular da SSPDS, Sandro Caron. "Antes mesmo da votação, eles praticaram isso com a estratégia para intimidar o Estado", pontuou. O suspeito também aparece em outras investigações, também no âmbito judicial. Uma das investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Ceará, que apurava a suposta venda de liminares por parte de alguns magistrados da Justiça cearense, levou ao processo de Paulo Diego. Ele havia sido preso em flagrante em 13 de junho de 2013, tentando lavar R$ 300 mil, de acordo com investigações da Polícia Federal e Ministério Público. O criminoso foi solto em menos de um mês por força de um habeas corpus concedido em um plantão da Justiça pelo desembargador Carlos Feitosa.

Paulo Diego, no momento da abordagem, se identificou com o nome falso de "Pedro". Disse ainda que era vendedor autônomo de seguros e que estava ali, no banco, por acaso quando encontrou Francisco Eudes Martins da Costa, preso também na ocasião. Paulo Diego já era considerado pela Polícia Federal um grande traficante no mercado de drogas em Fortaleza, já respondia por crime de estelionato (2004), roubo a banco (2010) e tráfico de entorpecentes (2012). Assim que ficou livre, Paulo Diego fugiu. O oficial de Justiça constatou que ele não morava mais em uma residência na rua Viriato Ribeiro, no bairro Bela Vista, em Fortaleza.



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