Trem Republicado

Secretários de fora invadem a gestão municipal

Não que isto seja algo ruim, mas só demonstra que em campanha tudo se vale, mas na prática a realidade é outra.

Por Tom Luiz em 22/02/2024 às 13:33:14

Na era da política de promessas vazias e reviravoltas eleitorais, o prefeito Laerte Sonsin e seu vice, Edemilson Santos, parecem ter transformado o ato de fazer promessas em um esporte olímpico. Durante a campanha eleitoral, a dupla fez questão de proclamar aos quatro ventos que não teriam secretários de fora da cidade, como se contratar alguém de outra região fosse um pecado capital. No entanto, como já era de se esperar, as promessas de palanque agora se mostram tão sólidas quanto um castelo de cartas em dia de ventania. Gilmar e Audrei, no SAAE e em Finanças respectivamente, agora fazer parte do dia a dia do cidadão Saltense.

A mudança de postura é notória e, por ironia do destino, ocorre justamente em um ano eleitoral. Aquilo que era apresentado como um compromisso inabalável agora parece ter se dissolvido no ar como um daqueles fogos de artifício esquecidos no céu noturno. O prefeito, que outrora afirmava com veemência que só confiaria nos talentos locais, agora parece ter descoberto um vasto oceano de competência fora dos limites do município.

Evidentemente, não se trata de questionar a competência dos novos secretários, afinal, a competência não tem CEP. Contudo, é intrigante como as convicções políticas podem ser facilmente moldadas pelos acordos nos bastidores. Aparentemente, a fidelidade ao discurso de campanha não resistiu à tentação das alianças políticas que se costuram longe dos olhos do eleitorado.

A ironia atinge seu ápice quando percebemos que a gestão municipal, que prometia ser um reduto de "pessoas da casa", agora se tornou um receptáculo de talentos importados. Será que os cidadãos locais, que confiaram suas esperanças aos líderes que prometiam proteger o emprego e o espaço na administração local, estão satisfeitos ao verem suas expectativas serem trocadas por acordos políticos?

A prática de nomear secretários de fora sugere que, talvez, o prefeito Sonsin e seu vice Edemilson tenham se esquecido do velho ditado: "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Enquanto a retórica política é habilmente manipulada, a população assiste ao espetáculo das contradições, perguntando-se se a palavra empenhada vale menos do que o papel em que foi escrita.

Em suma, a gestão municipal parece ter se tornado um palco para promessas descartáveis e acordos políticos convenientes.

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