Existe turismo gastronômico na Estância Turística de Salto? Será!

Existe uma necessidade latente em sincronizar passeios pelas atrações oferecidas com opções gastronômicas existentes.

Existe turismo gastronômico na Estância Turística de Salto? Será!

Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), a gastronomia é o terceiro maior motivo que impulsiona viagens turísticas, atrás apenas de fatores culturais e natureza. No Brasil, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) reúne o segmento que movimenta mais de R$ 250 bilhões de reais ao ano.

O turismo gastronômico brasileiro cresce cada vez mais e já ocupa até o topo das preferências de muita gente na hora de escolher um lugar para viajar. E não é para menos. A gastronomia brasileira está entre uma das mais impressionantes do planeta. Quem nunca, pelo menos uma vez na vida, se deliciou com aquela comidinha raiz ou daquele petisco num fim de tarde, sempre acompanhado de uma boa cervejinha?

Do Oiapoque ao Chuí, o menu variado vai da culinária feita com ingredientes de origem indígena a pratos com influências estrangeiras, desde o processo de colonização do país. Passa pelas comidas de rua e invade as mesas de bares, restaurantes, botecos e bistrôs. Muitos sabores que representam - de fato - o Brasil.

Turismo Gastronômico na Estância Turística de Salto

Uma das vertentes do Turismo ignorada pela cidade e seus empreendedores é o setor gastronômico. Ninguém percebe seu viés turístico e sua imensa condição de geração de renda. Para o turista que por aqui aporta - seja pelo Trem Republicano ou por ônibus - nada seria tão convidativo do que apreciar múltiplas sensações por meio do paladar e, assim, conhecer nossa cidade. Mas tudo ainda permanece inerte a espera de algum milagre.

Há uma necessidade latente em sincronizar passeios pelas atrações oferecidas com opções gastronômicas existentes.


De nada adianta um ponto turístico revitalizado, bem cuidado, bonito e limpo, sem dotá-los de locais - tipo botecos turísticos - que ofereçam pratos típicos e que permitam ao visitante ao descobrimento da gastronomia e cultura locais. Sem isso, a visita será sempre breve e monótona.

Não existe um "trade" gastronômico na cidade e poucos se preocupam com isso. Ninguém sabendo que existe um magnífico Museu da Cachaça na cidade. Ou que o Filet a Parmegiana daqui é tão bom quanto. Também não saberá onde degustar a tradicional e famosa empada frita, pois não há informação. Sequer há um levantamento de quem faz o quê e como no setor gastronômico?

Exemplo real disso foi o que aconteceu com um dos pratos mais consumidos nos anos 60 em nossa cidade: o "Pintado na Brasa com molho tártaro e arroz a grega". Milhares desses pratos eram servidos e degustados semanalmente pelos turistas no então Restaurante do Salto (hoje Memorial do Tietê) e ainda no restaurante Mandilão. Ambos - tanto o turista quanto os restaurantes - desapareceram juntamente com o prato, mais por falta de fomento e política específica do que pela poluição ao rio.

Tudo isso enfim serve para demonstrar que a gastronomia, embora ainda despercebida, também ocupa um papel importante no nosso turismo e no nosso cotidiano. Falta apenas descobri-la como uma das atrações turístico-cultural de nossa estância e a necessidade de um olhar mais apurado para esse setor. É necessário mais atenção e ação...