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Casas da ocupação irregular às margens da represa do Piraí são demolidas

Moradores alegam que desconheciam o fato, não sabiam do crime e foram vítimas do golpe.

Por Wellington Caposi em 01/02/2023 às 00:44:39

Conforme matéria publicada em abril de 2021 pelo TERRATAVARES, moradores de um bairro de Indaiatuba, situado bem na divisa com Salto, e às margens da Represa do Ribeirão Piraí, que abastece nossa cidade, temiam na ocasião não ter onde morar, após a Justiça autorizar a Prefeitura da cidade a demolir os imóveis onde estão alojados.

As casas foram irregularmente construídas em um loteamento clandestino, que segundo moradores, desconheciam o fato, não sabiam do crime e alegando vítimas de um golpe. Nesta a segunda-feira, 30, com o apoio de diversas secretarias, a Prefeitura de Indaiatuba deu cumprimento à Ordem de Demolição e as edificações construídas no local começaram a ser demolidas.

A área fica em uma zona rural do Recanto Beira Rio, na divisa entre Indaiatuba e Salto. Segundo a Prefeitura de Indaiatuba, no local não poderia ter acontecido a divisão dos lotes, no entanto, o terreno de 150 mil m2, foi dividido em 82 lotes. As vendas começaram em 2019 e em agosto de 2020, a prefeitura colocou uma placa, alertando que o loteamento era clandestino. Tempos depois, a placa foi arrancada.


Próxima a Represa do Ribeirão Piraí que abastece Salto e Indaiatuba, a ocupação era risco eminente para a qualidade da água. Além disso, ficava ao lado da atual Subestação de distribuição de energia pela CPFL, cujo projeto futuro preve uma ampliação significativa. Em nota, a Secretaria de Negócios Jurídicos de Indaiatuba afirma "que além de irregular, a ocupação causa riscos, pois a área se encontra no entorno de onde será construída a barragem do Ribeirão Piraí e muito próxima a linha de distribuição de energia da CPFL".

Segundo ainda informa, a Secretaria de Negócios Jurídicos após determinação da justiça, comunicou aos moradores das irregularidades e da impossibilidade de regularização dos imóveis. Paralisada em razão da pandemia, a ação jurídica de reintegração foi retomada em 2022 e no início deste ano saiu a Ordem de Demolição. A justificativa seria conter um novo avanço naquela ocupação irregular. Participaram da ação as secretarias municipais de Obras e Vias Públicas; Serviços Urbanos e Meio Ambiente; Planejamento Urbano e Engenharia; Assistência Social e Negócios Jurídicos.

Nos contratos de quem comprou os imóveis, aparecem os nomes dos vendedores Antônio Carlos dos Santos; Daniel Teodoro da Silva e Ralf Vilas Boas. Todos respondem pelo mesmo tipo de crime em outros municípios. Não foi divulgado o destino das famílias que lá moravam.

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