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Primeira usina do estado que transforma lixo residencial em energia elétrica

Com o desenvolvimento da primeira usina que transforma lixo em energia elétrica, gerando 144 MW por dia, suprindo a demanda de energia elétrica de quase 30 mil casas por ano.

Por Wellington Caposi em 31/12/2022 às 10:26:55

O estado de São Paulo já está construindo sua primeira usina que transforma lixo em energia elétrica, com estimativa de ser inaugurada no final de 2023. O empreendimento que levará o país a um nível mais próximo da sustentabilidade será instalado na cidade de Palmital, que fica cerca de 400 quilômetros da capital paulista e fará parte, a princípio, de um consórcio de outros 13 municípios da região. Os resíduos serão coletados em aproximadamente 150 mil casas, o que resultará na geração de 144 MW por dia, o suficiente para suprir a demanda energética de quase 30 mil residências por ano.

De acordo com o Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema (CIVAP), responsável pelo projeto, o desenvolvimento da usina evitará o descarte de quase 94 mil toneladas de resíduos por ano em aterros sanitários. As principais vantagens da usina que transforma lixo em energia são menos resíduos e mais economia na conta de luz para os moradores dos municípios envolvidos. Ainda não há expectativa dessa redução no consumo nas contas de luz, mas a expectativa é que os valores sejam reduzidos drasticamente, considerando o montante cobrado atualmente por usinas convencionais.

Cinzas dos resíduos podem gerar subprodutos

Em relação ao processo de incineração de energia, a outra parceira do projeto da usina que transforma lixo em energia elétrica, concessionária BAL-CIVAP, garantiu que as cinzas geradas pela transformação do combustível derivado de resíduos em gás não são maléficas ao meio ambiente. As cinzas geradas também podem ser reaproveitadas para fazer tijolos e massa asfáltica. Segundo o presidente da Carbogás Energia, executora do projeto e detentora da patente, Luciano Reis Infiesta, a empresa receberá o lixo in natura, realizará a trituração, desidratação e criação de um combustível que será posteriormente transformado em gás.


Esta será a primeira vez que uma usina é desenvolvida utilizando tecnologia enquadrada nos 12 objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Estes objetivos compõem um plano mundial da ONU para melhorar a sustentabilidade do planeta até 2030.

Outro município do estado também usará a tecnologia de pirólise.

Tupã, município do interior de São Paulo, também receberá no começo de 2023, uma máquina israelense que conta com tecnologia de pirólise. A máquina utiliza o lixo para produzir gás, energia elétrica e uma diversidade de óleos. O equipamento esteve no município durante o mês de novembro e a iniciativa servirá como base para outros municípios do país. A chegada da máquina foi divulgada nas redes sociais do prefeito Caio Aoqui, Segundo o prefeito, essa máquina é avaliada em R$ 18 milhões de reais e servirá de modelo para outras localidades. O lixo que a cidade recebe hoje vai para a estação de transbordo e posteriormente destinado ao aterro, poderá a partir da instalação o equipamento com tecnologia de pirólise, gerar gás, energia e óleos.


Para Ronaldo Camargo, superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o equipamento de Israel ficará de showroom por 30 dias em Tupã e agregará a visita de representantes de mais de 200 cidades que conhecerão a tecnologia de pirólise. Essa tecnologia é impar. O intuito é que os técnicos e as universidades parceiras façam todos os cálculos de benefícios dessa máquina. É uma tecnologia nova que gera, do lixo, diversas energias, óleo combustível, comestível, energias elétricas e ainda outras alternativas, inclusive gases.

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