Trem Republicado

Em reunião com mais de 5 horas, Vereadores entregam DEBATE e CIRCO aos presentes

Nesta quarta-feira, 3, uma reunião que tinha tudo para ser tensa, mas todos os secretários - de forma inédita - estavam ali, à disposição de quaisquer perguntas dos vereadores presentes. Uns mais antenados no assunto, outros menos, mas enfim eles estavam ali.

Por da Editoria em 04/08/2022 às 10:31:05

Secretário por secretário foi ao plenário para explicar de qual forma a Reforma Administrativa atingirá sua pasta - se for aprovada for -, e também quais situações serão sanadas. Os que mais falaram, já que a reforma aborda assuntos técnicos, foram mais acionados - dando detalhes da composição do extenso projeto - os secretários Michel Hullman e Amilton Sampaio, Administração e Negócios Jurídicos respectivamente.

Dr. Amilton teve de explicar uma situação incômoda ao atual governo, já que um dos pontos fundamentais do projeto propõe a criação de uma Procuradoria Municipal, onde os procuradores terão um "chefe", ligado ao Gabinete do Prefeito, com status de secretário. Insatisfeitos, 7 dos 8 procuradores do município entregaram um ofício aos vereadores contrários a esta mudança e para alguns outros cargos comissionados de chefia técnica indicados no texto. No entender do secretário Amilton, a Procuradoria trabalhará em conjunto com a atual pasta, e os seus dois líderes poderão buscar maior harmonia jurídica e explicou que a decisão de não contratar mais procuradores se dá em razão de que os assessores jurídicos propostos possam fazer o trabalho burocrático ligado ao dia a dia, desta forma os procuradores com tempo e foco nas questões jurídicas pertinentes ao funcionamento da máquina pública.

Já o secretário Michel, novamente brilhante a nosso ver, defendeu que a Reforma cria sim cargos de comissão, porém, num número muito menor do que sempre existiu e detalhou que todos os cargos propostos serão para pessoas técnicas nas áreas, em posição de controle, já que certas questões são ligadas ao Plano de Governo apresentado e por isso o vínculo de confiabilidade se faz necessário.


Questionado pelo TERRATAVARES, o prefeito Laerte Sonsin Jr. defendeu os itens propostos para o cargo de Chefe de Gabinete, principal gargalo nos bastidores da reforma, que propõe uma remuneração de R$ 8.450,00 e a respeito da nomeação ao cargo ter uso político, defendeu que "tal uso depende do caráter do prefeito. Hoje tenho chefes de gabinete que não possuem carga horário de trabalho, lideram ações nas pastas que atuam, são praticamente um secretário-adjunto, não há uso político em meu governo", destacou.

E O ENTRETENIMENTO?

É necessário se posicionar, e o TERRATAVARES não poderia deixar de fazê-lo. Durante a fala da Secretaria Municipal da Educação, Anna Noronha, o vereador Vinicius Saudino pediu a palavra e questionou se em sua pasta havia desvio de função. Anna respondeu que sim, como sempre teve e a razão é a falta de concurso há mais de 10 anos. Neste momento o presidente da Câmara de Vereadores, Cícero Landim, pediu ao vereador que se ativesse suas perguntas ao projeto da reforma. Outros vereadores também se manifestaram e Saudino afirmou que "a secretaria sabia se defender sozinha", no que Anna completou sua resposta citando que "desvio de função é algo de uma realidade muito próxima do vereador". Neste momento tínhamos lenha e álcool lado a lado. E o clima continuou a esquentar com Saudino falando que "desvio de função é ilegal e a senhora não pode permitir isso daí".

Na sequência, Vinicius Saudino fez outra pergunta a respeito de gratificação salarial e o secretário Michel Hulmann, que auxiliou tecnicamente toda a reunião foi para responder, quando o vereador afirmou que iria perguntar ao Michel "para questionar a quem entende" e continuou com perguntas e respostas curtas. Foi quando o vereador Daniel Bertani pediu questão de ordem para que, em sua opinião, a reunião não virasse conversa de bar a sequência tinha de ser obedecida. Cícero Landim reafirmou o pedido de atenção ao tema e a pasta. E continuou com Saudino questionando para quem ele deveria perguntar, Michel ou Anna Noronha, e para ela direcionou a questão de que se existe parecer favorável dos procuradores para a reforma em sua pasta, quando a secretaria lembrou que o Amilton (Negócios Jurídicos) já havia respondido, Saudino rebateu "o que que ele respondeu, sim ou não? Sabe responder pra mim, eu não ouvi". Neste momento o clima se elevou consideravelmente, principalmente entre os vereadores que acompanhavam o trabalho.

Após mais perguntas e respostas, Daniel Bertani fazendo uso da palavra e com a secretaria Anna Noronha visivelmente abalada e com lágrimas, pedindo desculpas, falou a seguinte frase: "Ah, para esposa de vereador o salário de ADI é muito pouco né? Aí a gente já vê onde vai o caráter". Ouvindo isso, entra no plenário o vereador Vinicius Saudino aos berros: "Eu não traio minha esposa, sou fiel a minha esposa. Presidente, (...) nesta casa porque eu sou fiel a minha esposa, respeito minha esposa (...)".

Este foi o fiel retrato do acontecido. Sem citar nomes, da mesma forma como os vereadores envolvidos fizeram. Cabe a nós jornalistas, apenas lamentar o fato, já que tanto de um lado como de outro, há errados nesta história. Um vereador passou do ponto, o outro não perdeu a chance de provocar e aconteceu a explosão. E não adianta CULPAR A IMPRENSA por trazer à tona este acontecimento alegando interesses, já que quem entregou o SHOW DE HORRORES foram os próprios vereadores envolvidos. A imprensa presente, ATÔNITA, foi mera expectadora.

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