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Levantamento mostra que �"micron já representa 31% dos casos de Covid-19 no Brasil

Variante foi detectada em oito estados brasileiros, entre 1 e 25 de dezembro, de acordo com monitoramento divulgado pelo Instituto Todos pela Saúde

Por Wellington Caposi em 29/12/2021 às 18:55:00

O avanço da variante Ômicron do novo Coronavírus tem preocupado autoridades sanitárias em todo o mundo. No Brasil, ela já representa 31,7% dos casos confirmados da Covid-19. Os dados são de um levantamento feito pelo Instituto Todos Pela Saúde. Segundo a análise técnica, dos 16 estados que enviaram amostras, 8 tiveram casos confirmados da variante no período entre 1º e 25 de dezembro. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 29, usou 30,4 mil resultados de amostras enviados pelos laboratórios DB Molecular e Dasa. O método escolhido para a coleta foi o exame no qual é colhida a secreção nasal dos pacientes. O relatório destaca que o índice de resultados positivos foi considerado baixo (2,1%) e que esse é dado positivo do ponto de vista do controle da pandemia no Brasil.

Mesmo assim, cientistas alertam para a alteração na prevalência da variante Ômicron, que é mais transmissível. O imunologista espanhol Alfredo Corell causou polêmica recentemente ao afirmar que a variante Ômicron é tão contagiosa quanto o sarampo, um dos vírus mais contagiosos do mundo. Obviamente, o coronavírus não produz os mesmos sintomas do sarampo. Mas a afirmação de Corell se refere à sua transmissibilidade e não aos seus sintomas. E, nesse sentido, ele está absolutamente certo.


A variante Ômicron causou grande furor desde o primeiro momento em que foi detectada na África do Sul, pois acumula grande número de mutações em proteínas que facilitam a entrada do vírus em nosso organismo. O alvoroço inicial político e midiático não se devia a uma maior gravidade dos sintomas, mas à sua maior capacidade de infecção. Mas, como aconteceu com outras variantes anteriores, quando uma nova variante é detectada é porque ela já está circulando entre a população. Por isso, todos os cuidados dos governos com o fechamento das fronteiras foram inúteis. Agora, em vários países, ela está prevalecendo sobre as anteriores, incluindo a delta, até então a mais transmissível. É essa infecciosidade aumentada, tão alta quanto a do sarampo, que torna a Ômicron mais preocupante do que outras variantes.

Embora a média geral esteja em um patamar aceitável para o momento, ela passou de 40% em alguns dias do período observado e chegou a 70% em 25 de dezembro. Para os autores do monitoramento, esse é um indício de que se precisa seguir atento e manter as medidas de proteção sanitária, como o uso de máscara e o distanciamento social. Isso tendo em vista, especialmente, a atual epidemia de gripe H3N2 no Brasil. Os dois vírus somados, podem levar a um novo colapso do atendimento médico-hospitalar, ainda que tudo seja menos letal que o coronavírus original.


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