Um pouco da história do Filet à Parmegiana...

Esse filet que comemos hoje em dia não carrega apenas queijo e molho em cima, ele leva em si também uma grande história. Afinal, onde surgiu o tão conhecido Filet à Parmegiana ou ainda Bife à Parmegiana?

A história do termo 'parmegiana', sinônimo do prato muito popular de nossa região é levemente controversa. A resposta a princípio parece óbvia, teria surgido em Parma, região da Itália onde se fabrica o tradicional queijo com o mesmo nome, e por sinal o mesmo utilizado na receita brasileira. Alguns atribuem a origem do prato ao nome de um dos queijos italianos mais conhecidos por lá, o 'parmiggiano-reggiano', produzido na região da Emilia Romana. Outros também alegam que nenhuma dessas explicações são verdadeiras, alegando que esse prato sequer existe na Itália.

Mas, o fato é que em toda a Itália, do cume do cano alto até a ponta da bota, mesmo caprichando no sotaque de novela ou no gestual exagerado, ao bradar 'biffe alla parmaegiana', o máximo que vai encontrar por lá é o 'cotoletta alla milanese' (bife à milanesa) ou a 'parmigiana di melanzane' (berinjela à parmigiana). Mistérios à parte, o prato é conhecido como um suculento filet mignon expandido, empanado à milanesa, coberto com muito molho de tomate e gratinado com parmesão ralado, disponível nos cardápios dos melhores restaurantes de nossa região.

Voltemos então às aulas de História Antiga nos tempos de colégio! Hoje nem isso existe mais... Pois bem, durante a Revolução Socialista na Rússia surgiu o que hoje conhecemos como Bife à Parmegiana. Assim, quando socialistas tomaram o poder, a região toda enfrentou uma crise com as ideologias da igualdade, que levou todos a uma profunda pobreza e deixou os mercados vazios. Os que tinham o que comer se alimentavam escondido, para não provocar a fúria dos outros. E somente os que se precaveram desses tempos de vacas magras, tinham carne para comer, sempre envolta em banha e escondidinha. Um queijo, na sua maioria curtido, bem duro e velho era sagrado nessas famílias. Fritavam a carne, colocavam o molho de tomate e queijo ralado por cima. Assim surgiram os primeiros 'Filet's à Parmegiana', apesar de na época a receita ainda não possuir esse nome.

A transformação do "bife com molho e queijo" da revolução se espalhou pelos continentes da Ásia e Europa, se tornando famoso em rituais santos e encontros amorosos. A partir daí um senhor, após brigar com sua amada de nome Giana, resolveu reconquistar a senhorita convidando-a a um jantar romântico. Mas o pobre cidadão não tinha sequer um centavo no bolso e resolveu então cozinhar. Como a ocasião era um tanto especial, então optou pela iguaria da revolução russa e publicou a homenagem num jornal da cidade, em sinal de amor, dizendo 'una bistecca per mia Giana'!

Assim o nome da moça se tornou mais que famoso e o Filet à Parmegiana entrou para os cardápios do mundo inteiro.

Em nossa região, com mais de um século de tradição, o Bar do Alemão, aqui na vizinha Itu, ficou famoso pelas suas receitas tradicionais, especialmente pelo seu Filet à Parmegiana. Na década de 50, além do 'Bife do Steiner' criado por Marx Stenier, o cardápio oferecia também o 'Orelha de Elefante', um generoso bife batido de filet mignon empanado à milanesa. O prato, depois de frito, era visto como um sendo pouco seco. Para sanar o problema, Marx adicionou molho de tomate à receita e também uma generosa cobertura com queijo parmesão.

Nascia dessa forma, o Filet à Parmegiana do Bar do Alemão, tornando-se, sem nenhuma dúvida, a mais famosa parmegiana do Brasil.